São novos nestas andanças e nota-se. Os britânicos Palma Violets nasceram em 2011 e editaram este ano o primeiro álbum, “180”, depois do lançamento do primeiro single o ano passado.
180 é um disco despretensioso e enérgico. Arranca com “Best of Friends”, bem disposto com uma dose q.b. de guitarra e bateria para ter um toque rock sem ser pesado, tendência que vai marcar o resto do álbum. Destaque para “All the Garden Birds”, terceira faixa e que pede emprestado um tom de surf-rock. “Chicken Dippers” tem um refrão que fica no ouvido. O álbum, no fundo, oferece-nos um rock meio desajeitado, sem grande produção e pouco experiente, mas que funciona bem por ser, sobretudo, honesto e sem querer avançar já para altos voos, com uns toques de The Clash e muito espaço para crescer.
Temas como “Last of the Summer Wine” mostram o potencial deste grupo recém-criado e produzido pelo baixista dos Pulp e “Tom the Drum”, por exemplo, atira mais para um brit-pop recuperado pelos também não assim tão antigos Arctic Monkeys e quase esquecido nos últimos anos pelas bandas que surgem de Inglaterra. Gosta-se da bateria, gosta-se da guitarra e gosta-se da voz. “Johnny Bagga’ Donuts” é barulhento e ao mesmo tempo bem disposto e sente-se bem a influência dos já referidos The Clash. Já quase a fechar “Tree Stars” começa a reduzir ligeiramente o ritmo, para depois o álbum chegar ao fim o dedilhar de guitarra eléctrica de “14”, a que entretanto se junta a bateria.
Não é o disco mais brilhante que ouvimos recentemente, nem tem pretensões de ser, mas para estreantes não estão mal. É um trabalho honesto. Simples, despretensioso e a apostar no rock com laivos de brit-pop, os “Palma Violets” estreiam-se bem e auguram um próximo disco sólido e mais maduro.