Fez por estes dias 21 anos que saiu “Animal Nitrate”, terceiro single do homónimo álbum de estreia dos londrinos Suede. É uma canção que fala de drogas, e feita e trabalhada com muita droga na cabeça – é o próprio líder Brett Anderson que o assume, dizendo que cocaína e ecstasy eram na ocasião companheiros regulares da banda. O próprio teledisco, onde um beijo entre dois homens motivou à época polémica q.b., foi feito com a banda sob intenso efeito de cocaína, no intuito de melhor retratar em estúdio as atuações ao vivo. “Animal Nitrate” esteve para se chamar “Dixon”, uma referência à série britânica “Dixon of Dock Green” onde o então guitarrista dos Suede, Bernard Butler, foi buscar ao genérico parte da melodia de guitarra. É uma canção triste, amargurada e de desamor, embora a toada enérgica e amplificada possa induzir o contrário. Os Suede ligaram-se à corrente para expulsar demónios e serenar almas. Hoje, em 2014, ainda não atingiram esse patamar, e por isso felizmente ainda por aqui andam com novas cantigas, mas os fantasmas interiores estão agora domesticados e a purga tem, assim sendo, outro sabor do que tinha em 1993.
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