O álbum () dos Sigur Rós, lançado em 28 de outubro de 2002, representa um marco na discografia da banda islandesa, consolidando a sua identidade sonora única, e expandindo os limites da música pós-rock.
Como explicar os Sigur Rós por palavras, a quem nunca os ouviu?
O que raio significa Sigur Rós?
Como escrever sobre um disco que não tem título, e cujas músicas são cantadas numa língua inventada?
E porque raio têm todas uma duração superior a seis minutos?
O pós-rock é mesmo um género musical, ou uma rótulo cunhado para inglês ver, desprovido de nexo?
Como descrever a beleza da Islândia, a alguém que nunca lá foi?
Quem inventou a Vonlenska, o nome que a banda deu ao dialecto em que canta Jonsi neste disco?
Mas isso funciona mesmo, criar um idioma fonético que privilegia a musicalidade das palavras sobre o significado convencional?
As canções têm nome ou não? É que no Spotify aparecem Untitled e um número e depois um nome à frente…
Isto é mesmo música ou é uma daquelas “experiências sensoriais”?
Gostei do álbum anterior deles, Ágaetis Byrjun, será que também vou gostar deste?
Será que alguma destas coisas, a Islândia, os Sigur Rós, o álbum (), existe mesmo, ou poderá ser tudo imaginação pura?
Serão invenções de Inteligência Artificial, que nos chegaram antes de existir chatGPT?
E se estamos a viver numa realidade simulada por computador?
Será que a Islândia se salvará, num evento de hecatombe nuclear?
Porque foi Bobby Fischer viver para a Islândia?
No caso de um apocalipse, por quanto tempo ficará a música dos Sigur Rós impregnada nos vulcões, cascatas e glaciares islandeses?
Há quem diga que o álbum seguinte deles (Takk) é que conseguiu “mostrar uns Sigur Rós mais vivaços, mais festivos, libertando-se a eles próprios do rótulo de banda depressiva e mortiça que lhes foi colocado pelo trabalho dos álbuns anteriores”. Devo ainda assim ouvir ()?
Tenho pavor de aviões, qual a melhor forma de descobrir um pouco mais sobre as paisagens da Islândia sem levantar o rabo do sofá, e porque é que é vendo Heima?
Questões, como já perceberam, há muitas. Somos humanos, e é a curiosidade que nos faz levantar de manhã, que nos impeliu a andar de pé, que nos fez meter em barcos e naves para chegar mais além. Respostas, não as temos aqui, mas a verdadeira magia está na descoberta. Ouvir () não resolverá nenhum dos mistérios listados, mas levar-vos-á numa saborosa jornada de exploração, da qual ninguém regressará incólume.