Consegue-se ver pelo número de tendas no campismo que, este ano, o Milhões de Festa voltou a ter o seu ambiente mais familiar. Apesar da sua natureza underground, o festival tem adquirido algum destaque que se veio a notar o ano passado, quando o parque da cidade de Barcelos tinha algumas vias de passagem obstruídas com campistas. Este ano, praticamente todos conseguem um bocado de relva para montar aquele que será o seu poiso até Domingo.
Oficializa-se assim, com um almoço tardio, o início da dieta à base de massas instantâneas de todos os sabores e feitios, mas já é preciso ter uma certa pressa, que os concertos no palco Taina estão quase a começar.
Gonçalo já tinha aberto as hostilidades para algumas pessoas sentadas à relva,
De seguida vêm os Modernos, leirienses e parte dos Capitão Fausto. Com claras influências da banda prévia, os Modernos mostram-nos uma boa disposição e descontração psicadélica com o seu quê de pop.
Depois de um intervalo para finos, sangria e caldo verde, Rodrigo Amado Motion Trio trouxeram o jazz ao palco Taina. Um conjunto de viagens hipnotizantes guiadas por uma bateria, um violoncelo e saxofone.
Serrabulho fez a festa toda. Com um soundcheck que deu vários falsos alarmes para quem estava mortinho para mosh ao som de grindcore e uma barulheira descomunal, com interlúdios de eurodance e direito a distribuição de bóias pelo público.
Passamos a Ghettoven, acompanhado de duas dançarinas, que apresentou o seu r’n’b cheio de groove, capaz de convencer qualquer elemento do público que eram a Beyoncé e Jay-Z a dançarem com longos e ostensivos abanares da anca.
Putan Club carregou-nos de suor e dores de pescoço. Já nos acostumaram às suas atuações brutais mas íntimas, colocando-se no meio do público para nos entregarem o seu noise rock com batidas industriais para um momento de caos revigorante.
Hoje continua o festival, já com o recinto principal e a piscina abertos ao público. Agora é a sério.