Após um longo período de interregno, os Qwentin estão de volta à doce mas dura vida do Rock’n’Roll. Numa gélida noite de janeiro, foram mais os que preferiram a manta e o sofá (fraquinhos!) mas nós ficámos a ganhar…
Devo confessar que é muito frustrante encontrar salas fantásticas como a da Bota com “meia dúzia de gatos pingados” na plateia, como sucedeu na passada sexta-feira. Se é duro para mim, imagino como tenha sido para a banda. Ou talvez não. É que os Qwentin tocaram com a mesma gana que empregariam num festival de verão esgotado desde o Natal…
Apresento o meu lamento por não ter conhecido a banda na sua primeira encarnação, quando publicaram em 2007 o álbum de estreia, Première, e quando no ano seguinte abriram o concerto dos 30 Seconds to Mars no Coliseu dos Recreios. Nesta fase, os Qwentin tinham uma deliciosa teatralidade que ia muito para além da indumentária e da confusão de Babel (eu ouvi castelhano, italiano, inglês, francês e português, e a Wikipédia fala ainda do esperanto e do holandês!).
Nesta segunda vida, mudanças na sua formação levaram a banda a assumir o formato power trio e o registo mais “rockeiro e menos teatral” que dominou o concerto (com apenas pontuais concessões ao tom burlesco de outrora, que confesso ser o meu preferido).
No alinhamento encontramos não só temas de Première, como também vários inéditos, prenunciando, talvez, o muito aguardado segundo longa-duração.
A nível instrumental, para além de notar uma enorme solidez, os Qwentin praticam um rock poderoso, pleno de groove, que integra de forma harmoniosa uma série de influências tão díspares como o stoner, o psique ou o jazz, tudo muito bem temperado com uma sensibilidade pop que se agarra ao ouvido, no bem sentido da expressão.
Como diz o chavão, fomos poucos mas bons. Sobretudo os três em cima do palco!














