De volta a Corroios para a celebração da vitória no XXVII Festival de Música Moderna. Se a curiosidade já tinha sido espicaçada da primeira vez, agora instalou-se!
No passado mês de março, tive finalmente a oportunidade de pôr os pés em duas instituições da Música que faziam apenas parte do meu imaginário, alimentado pelas leituras adolescentes do longínquo jornal Blitz, ou mais recentemente, das reportagens da revista Loud: o Cine Teatro do Ginásio Clube de Corroios e o Festival de Música Moderna (organizado pela respectiva Junta de Freguesia).
Volvidos praticamente cinco meses, regressei a Corroios – em pleno primeiro dia das suas Festas Populares – para assistir ao concerto da banda vencedora da vigésima-sétima edição do referido concurso: os Mars County!
Os Mars County – uma das bandas que pude ouvir em março – são formados por Rui Gamito (voz e guitarra), David Vistas (guitarra e coros) e Ricardo Espiga (bateria), contando ainda com a colaboração frequente, sobretudo ao vivo, da Filipa Lopes (coros e percussão). As suas composições são uma síntese muito interessante entre psicadelismo e americana, temperada ora com laivos de pop que nos faz balancear enquanto olhamos para o chão (ou para os sapatos), ora com espasmos pujantes de rock.
Na passada sexta-feira, a banda apresentou os três temas disponibilizados nas plataformas de streaming da banda: “Moving On” logo a abrir , “Pagan” e “Killer on the Run” a encerrar. Pelo meio, e para além de uma intensa versão de “State Trooper” (de Bruce Springsteen), ainda pude ouvir pela primeira vez quatro temas que deverão fazer parte do primeiro álbum da banda.
Apesar de se tratar apenas de uma primeira audição, ainda por cima prejudicada por algumas lacunas na qualidade do som no recinto – com os tons graves demasiado alto, e por vezes também exagerando no reverb -, ficaram algumas indicações do que se pode esperar do futuro próximo da banda.
As malhas “novas” parecem vir reforçar um “groove” cativante, apoiado no balanço de Ricardo Espiga e na guitarra-ritmo com tiques de baixo de Rui Gamito. Fiquei ainda com a sensação de que a banda carregou mais nos temperos: os referidos laivos de rock muito presentes no peso quase doom – como no final de “State Trooper” – ou na cavalgada rápida de “Luminous”; e os tons pop mais adocicados com a dinâmica entre as vozes de Rui e Filipa.
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Alinhamento:
- Moving On
- In Our Prime
- State Trooper
- Louder
- Let You Down
- Luminous
- Pagan
- Killer on the Run