Com tanta alteração climática, a nortada chegou mais cedo. Idle Hand e Jarda deixaram um rasto de devastação na cave mais protegida de Lisboa.
Ando com umas saudades de ir ao Porto que nem vos conto! Se é verdade que não é assim tão longe e que a vontade deveria mover prioridades, também o será que o t€mpo tem a mania de me fugir! O que me tem valido nestes últimos tempos, para amenizar a falta, é a quantidade de talento e garra invicta a descer até Lisboa, e neste caso mais específico, a descer ainda mais uns degraus até à cave maravilha. À conta do Vortex passaram pelos meus ouvidos bandas como Itami, Dokuga, Ideal Victim e, no passado sábado, finalmente uma dupla de cromos do nosso underground que há muito queria ver.
Os Idle Hand editaram o seu primeiro registo discográfico no ano passado – um EP homónimo – que rápida, e justamente, se espalhou pelo submundo da música pesada nacional. Fiquei logo agarrado àquele som Doom pejado de sujidade lamacenta do sludge, na bela tradição dos reis Eyehategod. Infelizmente, não consegui apanhá-los na edição passada do Sonic Blast, mas coloquei o alarme em sensibilidade máxima para não deixar escapar mais uma oportunidade, e em boa altura o fiz, porque foi um concerto e tanto. Isto, apesar de, como referiu o seu vocalista e guitarrista Bruno Esteves, as músicas serem todas iguais … ah ah ah, brincadeira! São, é todas umas grandes malhas, cheias daquele material que nos faz abanar a cabeça e bater o pé da forma mais involuntária possível – um teste patelar potentíssimo que levou muitos a patelar uns nos outros e surfar em cima de mãos e cabeças.
As hostes já estavam bem quentinhas, à custa dos Jarda que fazem jus ao fantástico nome. Thrash metal moderno, bem esgalhado e misturado com algumas das melhores castas do rock pesado. Isso e muita atitude a condizer. Aos temas do prometedor EP de estreia Rockaine (de 2022), juntaram temas novos, deixando-nos com água na boca … para fazer companhia à cerveja. Fantástico!
Fotografias de Rui Gato



















