Num Vortex deixado em ebulição pelo regresso dos Itami, os panamianos Hez espalharam o caos e apanharam as canas!
Confesso que já estava a ressacar fortemente de descer até à cave, rever a malta e deixar-me engolir pelo vórtice! A minha agenda andou de cadeias às avessas com a programação do Vortex – e, infelizmente, assim continuará para a próxima semana. Com alguma ginástica, lá consegui vir desta vez … e valeu bem a pena!
Há quem encha o passaporte de carimbos e há quem se feche no quarto. Tudo vale!
E como tudo vale, também há quem, como eu, prefira descer as escadas do Vortex para se embrenhar para ver e ouvir o Mundo de outra forma! E aqui o Mundo não é utilizado como hipérbole, é uma constatação praticamente literal. Para além de acarinhar um cada vez mais alargado leque de projetos nacionais (como os Itami, por exemplo), o Vortex tem-se estabelecido como um dos principais pontos de referência para bandas internacionais em digressão pela Europa. Brasil, Chile, Itália, Espanha, França, Bélgica e Alemanha são apenas algumas das origens dos músicos que já vi por lá em pouco mais de um ano!
Os Hez são originários do Panamá e estão atualmente numa tour europeia que inclui 30 atuações (em 31 dias!!!!). Na bagagem, 3 EP e 2 álbuns com destaque para Panamaniacs (2023) e, sobretudo, uma versão muito personalizada de Hardcore. Ao princípio, o que chama mais à atenção é a voz: frases curtas e diretas gritadas num timbre agudo e penetrante, e como que sublinhadas por um efeito de eco que lhes garante uma textura densa e vibrante.
Depois de perceber o truque (é um elogio) somos engolidos pela malha instrumental tecido por riffs de guitarra viciantes, cheios de distorção e mudanças de tempos a reboque da bateria e, na maior parte do tempo, de um baixo saturadíssimo e cavalgante. Digo na maior parte do tempo, porque por vezes, o baixo solta-se da tarefa de marcar o passo e passa-se … assumindo a direção da riffaria! Canções rápidas, curtas e diretas ao assunto, não dando descanso a um público que, manifestamente, não o queria!
A noite começou com os portuenses Itami, que já tinha tido a oportunidade de conhecer há pouco mais de um ano naquele mesmo palco. A formação, entretanto, sofreu algumas alterações, e terá perdido, aparentemente, o vocalista nas últimas semanas. O som, a agressividade e a pica é que não sofreram nada com estas mudanças! Habituados a debater com as cordas das suas guitarras, Kizu e Ruby Roxxx reforçam o arsenal da contenda com as vocais. A banda terá perdido um frontman, mas ganhou uma dinâmica diferente e muito envolvente. O single “Espelhos / R.W.C.” acabou de ser editado e está aí à espera de ser ouvido e deglutido. Ouvidos à obra, sff!





















