“Pode hoje um festival ser inovador ao ponto de provocar encontros, estimular processos criativos, formular soluções para percursos profissionais e apresentar mostras autorais consolidadadas? A resposta é sim”, dizem os organizadores do festival Westway LAB.
De 10 a 18 de Abril, pela segunda vez, a música regressa ao berço da nação em modo jardim zoológico – mas sem grades. Criadores, promotores, editores e oradores ligados à indústria musical criarão, demonstrarão e falarão de portas abertas a quem quiser ouvir e ver. Os três objectivos do Westway LAB são simples: dotar os artistas de equipamentos para seguirem a sua inspiração; promover a música portuguesa na Europa (e não só) – através da rede do ETEP (European Talent Exchange Programme), à qual o festival pertence, e da presença de nomes fortes da indústria musical internacional; e reforçar o estatuto cultural da cidade de Guimarães como cidade de criação – um pouco na sequência da Capital Europeia da Cultura, em 2012.
O festival assenta em 3 eixos: Processo, Pensamento e Produto (cada um referente a uma componente da indústria musical). Referente às residências artísticas, o eixo do Processo consistirá nisso mesmo: durante todo o festival, vários artistas nacionais e internacionais colaborarão num encontro de culturas e sonoridades cujo Produto, às 22h dos dias 16 e 17, será exibido nos trinta minutos de showcase reservados para cada um destes encontros. O lugar do Processo será o Centro de Criação de Candoso, enquanto que as apresentações – com entrada livre – terão lugar no Centro Cultural Vila Flor. A seguir aos showcases das residências, haverá também: o showcase de Fabrizio Cammarata (dia 16), siciliano de sangue inspirado não só pela sua origem mas pelas sonoridades cubanas e africanas, ao lado de influências folk clássicas; o showcase de Young Karin (dia 17), projecto de pop avant-garde islandês, encabeçado por Logi Pedro Stefánsson e Karin Sveinsdóttir.
O eixo restante, o do Pensamento, refere-se às Conferências PRO, cujo acesso requer um passe (disponível aqui) de 110€ ou 120€. Nas conferências, falar-se-á da situação actual da música – das plataformas de streaming aos festivais, das novas formas de promoção musical à sobrevivência dos artistas independentes no mercado actual. O destaque das conferências vai para a palestra de Keith Harris, manager de Stevie Wonder que já passou por casas como a Motown e EMI, onde trabalhou com artistas de renome, nomeadamente Marvin Gaye e Elton John.
Aparte das três mencionadas, o Westway LAB contará ainda com outras duas vertentes. Em primeiro, os concertos de Sensible Soccers, Noiserv, Blaudzun e Mr. Herbert Quain na noite de dia 18, também no Centro Cultural Vila Flor, a partir as 21h30 – passe a 12€, aqui. Em segundo, as conversas (ou Talks) informais entre profissionais e o público, às 18h dos dias 16 e 17, no restaurante Cor de Tangerina e no café Tio Júlio, respectivamente, ambos no centro da cidade e com entrada livre.
O festival contará ainda com uma parceria com a CP, que oferecerá um desconto de 30% nas idas e voltas de Guimarães, entre os dias 9 e 19 de Abril, nos comboios Alfa Pendular, Intercidades, Regional e Inter Regional (mediante apresentação do bilhete).
Vale a pena relembrar que na anterior (e primeira) edição do Westway LAB, passaram nomes como Emy Curl, The Weatherman, Clã, Nástio Mosquito, Equations e peixe:avião, em residência e concerto. Nas palestras, o Westway LAB 2014 contou com a presença de Peter Jenner (antigo manager dos Pink Floyd) e Sérgio Hydalgo (programador musical na Galeria Zé dos Bois).
Em baixo, fotografias da actuação dos Moonshiners na conferência de imprensa do festival, a bordo de um comboio Intercidades: