E se a vida te der limões… encontra soluções!
Bem, não foram propriamente limões, mas a Capote Música teve que encontrar soluções para o vento e a chuva que assolaram Évora na véspera do festival, mudando-se para as arcadas do Palácio D. Manuel. Há males que vêm por bem: o espaço era agradável, repassado de história, e a acústica também exemplar.
A primeira atuação da tarde esteve a cargo de Evaya, que nos trouxe um som muito contemporâneo, combinando loops eletrónicos com uma pop naive e doce. A banda também teve direito à sua dose de limões – neste caso, de problemas técnicos -, obrigando a interromper o seu set por mais de uma vez. Mas, lá está, a situação acabou por fortalecer a ligação entre os artistas e o público, e o que começou mal, acabou bem!
Os Mazarin chegaram de seguida com um jazz pleno de dinâmica e textura, que nos deixou os olhos presos ao palco, enquanto os corpos e as mentes se bamboleavam pelas arcadas e a floresta adjacente. Os Mazarin conquistaram-nos e deixaram-nos muito curiosos em seguir as suas futuras pegadas.
O festival prosseguiu com o pop ora calmo ora dançante de Inês Apenas, que, sobretudo nos momentos mais ritmados, conseguiu colocar a audiência – já enchendo as arcadas – a mexer os pés e a sacudir a anca.
Este ano, a Capote Música decidiu dar as mãos ao festival Rascunho e, desta forma, também pudemos assistir ao concerto do novo projeto do rapper Chullage: Pápu Rétu – Prétu. Seguindo uma abordagem bem mais intimista daquela que tivemos a oportunidade de assistir na SMUP no passado mês de abril, o conhecido rapper atuou sozinho – acompanhado apenas pelas trilhas sonoras provenientes do seu computador e de uma panóplia de instrumentos de percussão -, por detrás de um pano para onde foram projetadas imagens e mensagens de uma forte componente política, definidora deste projeto.
A noite acabou com os DJ Sets de My Noisy Twins e de Sound Preta, que tiveram o condão de encher o recinto e a área circundante, colocando toda a gente a dançar.
Tudo à sombra, ou no breu, porque há uma ‘luz’ que nunca se apaga…