O Meo Arena foi o palco escolhido em Lisboa para o concerto de Seu Jorge, após duas datas em Portugal, a primeira em Portimão e a segunda em Guimarães. A sala estava completamente cheia, e o público lisboeta ansioso por receber Seu Jorge e a sua banda após o concerto de Tiago Bettencourt que aqueceu o ambiente.
A excelente banda que acompanha Seu Jorge constituída por bateria, guitarra, baixo, secção de metais, teclas e dj entrou primeiro em palco, criando o compasso de espera ideal para a entrada do artista carioca que foi recebido com muitas palmas, assobios, e flashes a quererem captar o tão ansiado momento. O concerto abriu com “Alma de Guerreiro”, logo de seguida, “Mina do Condomínio” do disco América Brasil e “Chega no Suingue” do primeiro álbum a solo de 2005. Após estas três primeiras músicas o ambiente já estava ao rubro, Seu Jorge e a sua banda conseguiram captar o público, que dançava com uma expressão de felicidade estampada no rosto.
“Quem não quer sou eu” veio marcar o princípio de uma fase mais Black Soul (frase estampada no seu chapéu). As luzes baixaram, e sentiu-se uma atmosfera mais intimista. No final da música, o carioca surge com uma flauta transversal á la Rão Kyao ( ainda imaginei um belíssimo dueto) e após o final da mesma muda o registo para contar a estória do “Zé do caroço”. A atmosfera continuou intimista, Seu Jorge pegou no seu violão e tocou sozinho em palco ” É isso aí”, tema original de Damien Rice e foi depois deste excelente tema que o músico mandou uma mensagem de esperança ao público português em relação à crise mundial e mais especificamente a Portugal.
Seguiram-se temas dentro do mesmo registo acústico, com “Brasis”, “São Gonça” e um lembrar do filme The Life Aquatic com a versão de “Life On Mars” de David Bowie. Quando o ambiente já estava a esfriar, o público a ficar cansado e a querer mais samba, os músicos apresentaram o seu cartão de visita com vários solos onde puderam mostrar a sua arte. Já num registo mais samba, o ambiente aqueceu outra vez com “Mania de Peitão” e o momento alto da noite foi atingido com “Amiga Da Minha Mulher” e “Tive Razão”.
O público que já estava um pouco cansado após quase duas horas de concerto ainda foi premiado com ” Carolina”, e o grande êxito ” Burguesinha” que fez cantar e dançar muita gente. Seu Jorge, continuou a mostrar os seus passos tão caracteristicos e a banda a sua coreografia bem ensaiada. ” Tira o pé do chão! “, ouvi várias vezes na minha vizinhança. Após estas músicas, o público implorou por um encore que escutou “Mas Que Nada” de Jorge Ben e “Sossego” de Tim Maia que nos levou a revisitar os disco sound.
Fotos: Mafalda Alvarez