Há uma tradição latino-americana de fazer “canções de ninar” que incorporam, nas suas melodias doces, críticas sociais bastante duras, sendo um dos mais belos exemplos a comovente “Duerme Negrito”. José Afonso fez a sua cantiga de embalar por cima de uma linha melódica que invoca a tradição medieval europeia, sem segundas intenções aparentes que não a de conseguir emocionar até os corações mais empedernidos.
Ao longo dos últimos 50 anos, “Canção de Embalar” foi usada para adormecer milhares de crianças por este país fora. Há-de embalar outras tantas no futuro. E continuar a comover todos aqueles que veneram o genial trovador.