O Musicbox fez 18 anos! A idade perfeita para festas de arromba e misturas explosivas. Na noite de sábado, Black Bombaim e Pedro Alves Sousa aproveitaram o mote para nos guiar numa viagem sónica ao olho do furacão.
Misturar Space Rock Psicadélico com Free Jazz pode não ser propriamente uma experiência nunca realizada ou, sequer, inesperada. Há muitos pontos de contacto entre estas duas estéticas, com enfoque na vontade de liberdade e de enfrentar medos e convenções. Tanto os Black Bombaim quanto Pedro Alves Sousa são cientistas com uma vasta experiência de misturas sónicas altamente voláteis, com resultados de intensidade brutal.
No mínimo, este cartaz prometia muito. No máximo, o quarteto precisou de 5 minutos para cumprir tais promessas. A partir daí foi só deleite! Propulsionados pelo motor rítmico a cargo de Paulo Gonçalves (Bateria – meu deus, que tom fantástico) e de Tojo Rodrigues, a guitarra de Ricardo Miranda e o Sax de Pedro Alves foram desenhando espirais em movimentos ora convergentes, ora divergentes, ora monocromáticos, ora explosivos …uma verdadeira viagem por um furacão sónico de intensidade máxima até chegarmos seguros ao seu olho, onde a respetiva calma não deverá ser confundida com silêncio, ou mesmo harmonia, mas sim entendida como o Nirvana!
A primeira parte foi assegurada por Violeta Azevedo com a sua flauta transversal e uma panóplia de efeitos. Mais do que nos aquecer para o que viria a seguir, Violeta abriu-nos mente e sentidos com uma precisão cirúrgica e uma beleza seca e angular. Pungente!
Texto e fotografias: Rui Gato















