“They paved paradise, and put up a parking lot.” Começa assim o retrato satírico de uma sociedade capitalista sob uma lenta ambientalista desenhado pela voz inconfundível de Joni Mitchell. A maior arma da menina de cabelos loiros e grandes olhos espantados é a sua voz de canário, que conta com uma flexibilidade de acrobata olímpica e que dificulta sessões de karaoke. No entanto, quando ouvimos uma das melhores vozes do século vinte a cantar uma letra de uma das mais versáteis e capazes letristas de sempre (dois feitos conseguidos por apenas uma rapariga que chega do longínquo Canadá de guitarra nos braços), é difícil resistir a juntarmos-nos aos coros que enchem este pedaço de música de cor, mais precisamente, de um amarelo berrante.