Aconteça o que acontecer, Muchacho irá certamente para o meu top 10 do ano de 2013.
Desde a capa, ao titulo das músicas até ao constante tom inspirador, Muchacho tem tudo o que procuro quando penso em Indie. Está na berra mas ainda não é mainstream.
Chega ainda a tocar no Country em “Muchacho’s Tune” ou “A Charm/A Blade”, faz-nos lembrar Mysterious Ways (U2) em “Ride On / Right On”, mas onde mora a verdadeira obra de arte, e tema que me levou a adquirir Muchacho, é em “Song For Zula”. Ainda me deslumbro com Houck (esse génio) em pura agonia “But my heart Is wild, and my bones are steel / And I could kill you with my bare hands if I was free”.
É certo que perdura um sentimento de tristeza por todo o álbum, mas o contraste das delicadas melodias com o assustador desespero de quem deixou a sua vida destruída, dão a Muchacho uma autenticidade que se lê sem esforço na voz de Houck. Está tudo lá, sem espinhas.
O tema inicial “Sun, Arise” é prova disso mesmo, com Houck a fazer de Bon Iver enquanto evangeliza distantemente uma repetição de “Be easy, oh”.
E fácil é comigo.