Os Empire of The Sun estão de regresso com o segundo disco de originais, lançado no final do mês passado, com o nome Ice on the Dune. A dupla australiana (Luke Steele e Lick Littlemore) volta depois do grande sucesso do primeiro álbum, o longínquo Walking on a Dream, de 2008.
Custa-me dizê-lo, porque esperava bem mais, mas a verdade é que a espera não compensou e o regresso não é feito em grande estilo. Não se pode dizer que seja um mau álbum, mas é apenas razoável, encontrando-se distante do nível de Walking on a Dream, onde faziam uma excelente simbiose entre a música de dança e a cena indie.
“Alive”, o primeiro single de The Ice on the Dune, já teve direito a várias remixes e entra facilmente no ouvido, mas as músicas que o acompanham acabam por tornar-se repetitivas, com muitos coros e falsetes. O que não é necessariamente mau, desde que feito com parcimónia…
A relação entre os dois membros da banda tem conhecido momentos muito conturbados, o que pode ajudar a explicar este passo em falso, embora, como se saiba, sejam inúmeras as bandas cujos membros não se dão bem. No entanto, vale a pena recordar que, há três anos, Lick Littlemore “esteve desaparecido durante seis meses”, de acordo com Luke Steele. Lá voltou a aparecer, mas os dois não se falavam! “The Show Must Go On”, já se sabe, e não foi por esse facto que a digressão foi cancelada. A 18 de julho de 2010 passaram pelo Super Bock Super Rock, com um bom concerto.
Resumindo, não sendo um mau álbum – contém várias músicas que merecem ser designadas como “de verão”, com o bom e o mau que a isso está subjacente – Ice on The Dune acaba por ser, na minha opinião, um passo atrás na carreira dos Empire of The Sun.
No entanto, não estou a dar-lhes a certidão de óbito e estou certo que, ao vivo, continuarão a ser empolgantes. E quem sabe se o terceiro disco (será que teremos de esperar mais cinco anos?) não voltará a brindar-nos com algo de refrescante?