Super curtos, mas gentis, os Snõõper arrasaram uma ZdB que já borbulhava após a atuação devastadora dos Cortada.
Os Snõõper trouxeram-nos de Nashville um punk despretensioso cheio de agressividade temperada com irreverência, surrealismo e adereços DIY, pois com certeza!. O quinteto parece não se levar muito a sério, mas a verdade é que desde a edição de “Super Snõõper” no ano passado, se tem vindo a tornar num caso sério (mil perdões pelo trocadilho, mas foi mesmo propositado) de popularidade!
Foi, por isso, sem surpresa que esgotaram a sala da Zé dos Bois, mesmo num domingo à noite, mesmo em agosto. E se setembro já está aí à perna e as noites vão arrefecendo, os Snõõper encarregaram-se de encher o aquário do Bairro Alto de suor e vapor! Tudo isto em pouco mais de meia hora, cheia de garra, guitarras estridentes, vozes delirantes e ah … de muito slam!

Confesso que apesar de todos os predicados, muitos e bons, da banda do Tennessee, a atuação que mais me impressionou nesta noite de verão descendente, foi a dos Cortada! Sim, reconheço que poderá ser uma questão de heranças e referências estéticas – com os primeiros na esteira de uns Devo e os segundos à sombra da larga descendência do malogrado Steve Albini! Com um EP homónimo acabado de lançar nas plataformas, ao grito de 1234, a banda lisboeta arrancou para um ataque sónico que só deu tréguas já os seus quatro membros tinham saído do palco.

Os Cortada trazem-nos uma combinação equilibrada de Punk Harcore e Noise, bem sustentada no poder rítmico de Bernardo Pereira (bateria) e na pulsação e saturação do baixo de Lourenço Abecasis (que tom fabuloso) dando total liberdade às guitarras e às vozes de Pedro Dusmond e Daniel Fonseca para abardinar e partir a loiça toda! Action men, they are indeed … mas de carne e osso!
Texto e Fotografias por Rui Gato

























