Não nos podemos queixar. Mesmo. Ainda que não nos tenha chegado novo material da banda-mãe, os Capitão Fausto, não temos tido quaisquer razões de queixa. O quinteto lisboeta, após o lançamento da sua epopeia rock, não tardou a formar mais projectos (incluindo até uma editora), de modo a poderem lançar tudo o que deitam pra fora, sem medo de sujar a estética e o estatuto já grandinho do conjunto original.
Neste segundo EP, os Modernos (Wallenstein, Palha e Seabra) mantêm a linha do primeiro, sempre com uma despreocupação fresca e veraneante. A primeira canção, curta sequela para «Só Se Te Parecer Bem», do primeiro disco, entra de rompante para nos pedir que nos seguremos bem. «Eu Já Sei», respondemos. Bem-dispostos e tranquilos, prosseguem numa cantiga de coração tanto eufórica quanto passeio na praia a mascar pastilha elástica.
E, no rescaldo desse passeio, celebram o «Dia de Sol» – qual representação certeira do oásis soalheiro que se formou nos dias recentes, sempre com um piscar de olhos simples mas bem construído ao dia-a-dia banal e supérfluo de um qualquer ocidental.
O elixir das juventude que nem aos dez minutos chega termina com o hino «Casa a Arder» – referência a «Santa Ana»? Feita com um rock forte e esperançoso, com uma pitada de psicadelismo aqui e ali e um falsete que é um mimo, é o tema ideal para acabar em beleza este novo cheirinho que os Modernos nos trazem. Venha o próximo.