Morreu este fim de semana, vítima de cancro da próstata, aos 76 anos, Rubin Carter – estandarte da luta contra os que são condenados erradamente.
Rubin Carter, ex-lutador de boxe profissional, foi preso em 1966 acusado do homicídio de três homens. Apesar de haver poucas ou nenhumas provas que o ligassem ao crime, Rubin (e um amigo, John Artis) acabou por ser condenado a prisão perpétua. O caso voltou aos tribunais em 1976 e um tribunal de júri voltou a considerá-lo culpado de um crime que não cometeu.
Só saiu da prisão 19 anos depois e tornou-se um ícone da luta pela liberdade. Nos últimos anos foi director executivo da Association in Defense of the Wrongly Acused.
A história de Rubin Carter facilmente passou para papel. Primeiro na sua autobiografia, depois na canção de Bob Dylan “Hurricane”, mais tarde no filme com o mesmo nome, protagonizado por Denzel Washington.
A canção de Dylan, composta em 1975, ajudou a dar visibilidade ao caso de Rubin Carter. Bob Dylan visitou-o na prisão, um mês depois de ter lido a autobiografia – ao visitá-lo pela primeira vez, sentiu que “as suas filosofias eram muito semelhantes, e não se conhece muita gente assim”, disse Dylan na altura. Mais tarde, chegou a dar um concerto na prisão onde Carter estava detido e organizou dois concertos de angariação de fundos para esta causa.