No Musicbox, os Marquise levaram o público ao delírio com um concerto intenso e cheio de energia. Na apresentação do disco Ela Caiu, os Marquise confirmaram porque são uma das bandas mais entusiasmantes da cena alternativa.
Poucas vezes o Musicbox abre as portas à hora marcada, mas nesta noite houve quase uma pontualidade britânica. Às 21h, a sala já estava cheia e ansiosa pelo arranque com os Humana Taranja, banda responsável pela primeira parte do concerto. A sua música, uma fusão dançável de guitarras, baixo, bateria e teclas/sintetizador, colocou a plateia em movimento constante – quer a dançar energeticamente, quer num simples baloiçar ou bater de pé. A euforia em torno da banda era tanta que o público se entregava em êxtase, em total contraste com a minha concentração enquanto tomava notas no smartphone. O entusiasmo da sala mostrou que a banda do Barreiro não estava ali apenas para o aquecimento.
Mas, no cartaz, o nome maior era o dos Marquise. Há pouco mais de um ano, a dupla que assina esta reportagem (eu e Rui Gato) foi a mesma que cobriu o concerto da banda no Poolside, a par com os Them Flying Monkeys. Nesse dia, disse do alto do meu Júlio Isidrismo que os Marquise iam ser “the next big thing” – e parece que pouco me enganei. O Musicbox estava cheio de espectadores, do palco até à porta, o que só veio confirmar os Marquise como uma das bandas mais entusiasmantes da cena alternativa. O álbum Ela Caiu, lançado a 28 de fevereiro deste ano, é ainda recente, mas o público já o sabe de cor e acompanhou as canções – umas vezes mais entusiasta nas palavras, outras mais no dançar. Os Marquise tocaram o disco na íntegra, com destaque para a estreia da Mafalda, a vocalista da banda, na guitarra em “Passado”. Mas também fizeram questão de incluir temas mais antigos, como “Acordei Mal”, que levou a sala ao delírio. E, mesmo quando a guitarra elétrica deu lugar à acústica, a energia da banda permaneceu intacta.
O ambiente era quente e a noite avançava depressa – tal como as canções dos Marquise: curtas, aceleradas e intensas. Num instante, a banda saiu de palco após tocar todas as músicas do alinhamento. Como dizia um artista que vi em concerto há poucas semanas, Valter Lobo, os encores são para as bandas grandes – e os Marquise agigantaram-se quando o público não os deixou sair sem tocar mais uma. A escolhida foi “Meninas Bonitas”, culminando numa apoteose explosiva, que até incluiu um crowdsurfing frenético do público. Há algo de especial em ver uma banda jovem a crescer – em palco e não só – e a tornar-se enorme, diante dos nossos olhos.
Fotografias de Rui Gato



















