Na passada semana, o cantautor luso-brasileiro Luca Argel, levou ao auditório da Reitoria da Universidade NOVA de Lisboa o seu novo disco Visita. Um concerto inserido no Ciclo Liberdade na NOVA, parte das comemorações do 25 de Abril na Universidade.
No quinquagésimo aniversário da Revolução dos Cravos, o Programa NOVA Cultura divulga o Ciclo Liberdade na NOVA com o objectivo de explorar o legado do 25 de Abril de 2024 na música em português, no trabalho de jovens artistas lusófonos com forte relação com a canção de intervenção. O convidado deste mês foi Luca Argel agora que o músico e compositor luso-brasileiro apresenta o sexto álbum de estúdio, Visita, em conjunto com a pianista Pri Azevedo.
A noite foi uma viagem pelos discos de Luca Argel, desde Tipos Que Tendem Para o Silêncio a Samba de Guerrilha, o álbum Visita é um regresso ao passado com os pés no presente.
Se as canções do músico sempre apresentaram uma lírica quase poética aliada a uma sonoridade que vai beber ao rock, ao funk e ao samba, com os arranjos de perfeição da pianista baiana Pri Azevedo, as palavras de Luca brilham de tal maneira que quase nos ferem, emocionam e fazem-nos refletir.
Isto mesmo quando as canções não foram escritas por ele, assistimos a duas versões impressionantes de “Queixa Das Almas Jovens Censuradas” – José Mário Branco e Natália Correia – e “Tanto Mar” de Chico Buarque.
Luca é um contador de histórias, dentro e fora das canções e durante o concerto ouvimos várias, histórias de parcerias orgulhosas, histórias de infância, e até histórias de gatos. Há vários gatos na carreira de Luca Argel, nas canções e até na capa deste mais recente disco.
Mas aquilo em que o artista mais encanta é que mesmo enquanto canta sobre amores, desamores, lembranças e palavras de ordem, Luca nunca perde uma aura primorosa, uma energia delicada e forte ao mesmo tempo, um sorriso que nos faz devolver o gesto. Acredito que todos os que estiveram no auditório da Reitoria da UNL saíram de coração cheio, e apaixonados por Luca Argel.







