O quinto álbum dos Dehd é uma delícia com sabor a verão, que nos mostra uma banda madura, consciente daquilo que melhor faz: músicas quentes, nostálgicas, orelhudas e dançáveis.
Quem diz que o Indie Rock está morto, está errado. Ou era o Surf Rock? Bem, adiante. Em Poetry, os Dedh mostram que continuam a fazer bem aquilo que melhor fazem: músicas com melodias que nos agarram as orelhas e nos puxam para dançar como se fosse 2007. Isto é positivo, atenção. As vozes de Emily Kempf e Jason Balla transportam-nos para aquelas noites em que de repente tudo podia acontecer, o verão estava ali à porta, os calores adolescentes a subir pelas pernas.
Musicalmente mais complexo (as letras! as guitarras!) que álbuns anteriores, Poetry é um álbum para ouvir da primeira à última música, não sendo preciso passar nenhuma à frente. As músicas são harmoniosas, fluem como ondas no mar, ao mesmo tempo que nos impelem para algo maior que nós.
O álbum é rock, é surf rock, é indie, é de duração perfeita (~ 41 minutos), repleto de músicas com ganchos que nos ficam no ouvido, dias depois de as termos ouvido pela primeira vez (sejam elas as guitarradas, ou as letras agudas como “everyone I know is breaking hearts tonight”, “get back now, here is my baby” ou “hope this love can take me higher”).
Todo o disco pede um verão quente, que nos põe a ansiar por noites de calor, com uma bebida refrescante na mão, a dançar (e/ou saltar) com os nossos amigos e crushes, enquanto o escutamos. É também nostálgico, mas não no sentido trágico de “quem nos dera ser adolescente”, não, é nostálgico na medida em que ao escutá-lo sabemos que estamos a construir novas memórias e dá-nos uma esperança que não sabíamos que a tínhamos perdido.
São 14 músicas que se ouvem de rajada, mas, as nossas preferidas são: “Dog Days”, “Alien”, “Hard to Love”, “Mood Ring”, “Knife”.