Há quem diga que a fase mística do Dylan nos tenebrosos anos oitenta não tem perdão possível. Não sou dessa opinião. A redenção surge em 1996 com Murder Ballads, quando Nick Cave e as suas más sementes decidem repescar um original de Dylan desta época – o lamechas «Death Is Not the End». No contexto mórbido do disco de Cave, onde todas as anteriores canções narram os crimes mais macabros, a canção de Dylan surge a outra luz. Como é deliciosamente irónico um álbum tão sangrento encerrar com este cândido hino de esperança na vida no além…
Canção do Dia: Nick Cave – Death Is Not The End
