As Alvilda e os The Youths esgotaram o Vortex a uma velocidade quase tão inédita quanto a presença de glitter no palco da sala mais escura de Lisboa.
Ainda faltaria algum tempo para o início do concerto e a lotação do Vortex já estava esgotada! Se é verdade que a folha A4 com a indicação “esgotado” ou “sold out” tem aparecido com crescente frequência à porta, desta vez, a procura pareceu bem mais voraz. Duas bandas, uma estreia e um regresso, dois públicos algo diferentes, a mesma vontade!
A noite arrancou com os alfacinhas The Youths. Nados em 2006, espalharam o seu garage punk rock ao sabor de diferentes marés, mas sempre frenéticas! Depois de um pousio de 7 anos, sente-se a léguas a ressaca dos seus fãs … bem ali à frente do palco, de olhos e ouvidos bem arregalados. A sede era tanta, que João Vairinhos rompeu a pele do bombo logo ao início da contenda. A noite foi ainda de estreia para a baixista Inês, mas nervos … nem vê-los! Viu-se, ouviu-se e sentiu-se sim, a energia de Nuno Sota (voz), suficiente para aquecer a temperatura da sala a níveis quase explosivos. A sala, apinhada, mexia-se com deleite … e talvez tenha sido esse contentamento – e a falta de espaço – que terão evitado as formas mais radicais de dança a que nos temos habituado naquela sala!
Num palco mais habituado aos mais diversos de esgares de revolta, dor e luta, geralmente revestidos de variados arranjos capilares faciais e piercings, confesso que foi algo refrescante ver quatro sorrisos rasgados decorados com uns pós de glitter num pandan perfeito com a sonoridade powerpop punky das Alvilda! Apoiadas em C’est Déjà L’heure, lançado na parte final de 2024, as quatro parisienses conduziram-nos por vielas, renovadas à colorida e à francesa, que outrora foram calcorreadas por nomes como os Beatles e os Ramones.





















