Lisboa despediu-se do Verão com um leque de escolhas musicais de deixar os fãs de cabeça à roda. Apesar de tanta oferta, a lotação do Vortex esgotou para acolher duas bandas nacionais que importa não perder de vista!
Tal como afirmou um grande pensador, o inferno são as férias dos outros! Perdoem-me a piada fácil, mas estes dois meses sem Vortex foram demasiado longos. Felizmente, no passado sábado, a seca acabou e pude começar a matar saudades da toca em que a Alice, estou convencido, preferia ter vindo parar. Desenganem-se, no entanto, as Alices à procura de experiências alucinadas, o deslumbramento nesta cave, entra pelos ouvidos, e é real, palpável e dançável.
Os Ideal Victim são mais uma banda que entrou no meu radar, e já agora no goto, à boleia do Vortex. O quarteto formado por Mariana (voz), Pedro Marques (guitarra), Alex Vieira (baixo) e Esteves (bateria) lançou em 2023, diary of a pig, uma demo que soa a disco, tal a qualidade do conteúdo e da forma. Apoiada na forte presença de Mariana e na fluidez d’um punk hardcore imaginativo e cativante, a atuação dos Ideal Victim pegou nas promessas da demo, lançou-as ao pit e fê-las pairar pelas mãos do público presente.
E por falar em promessas cumpridas e superadas, seguiram-se os Hetta. Os concertos do quarteto do Montijo são sempre espetáculos marcantes pela entrega absoluta e hipnotizante de Alex Domingos e pela maravilha sónica das composições da banda. Sim, não será uma maravilha para ouvidos menos treinados para a estética post-hardcore … azar o deles!
Infelizmente, e por causa de outros compromissos musicais para a mesma noite, não pude ficar até ao fim … e, confesso, saí do Vortex frustrado e a blasfemar a minha agenda. Estava a ser fantástico … e esta interrupção deixou-me um nó na garganta, que só irá sair quando conseguir apanhá-los outra vez.
Texto e Fotografias por Rui Gato




































