Desafiámos os nossos escribas a fazer a difícil escolha de selecionar um álbum, uma banda/artista, uma música, um concerto e um artigo escrito no altamont que os tenha marcado, nestes últimos 20 anos. Poderão vê-las no decorrer das próximas semanas, aqui e na nossa página de instagram.
Um Álbum: Arcade Fire – Neon Bible (2007)
A história deste álbum resume-se a uma palavra: encantamento. Isto porquê? Porque eu sou daquelas poucas pessoas que começou por embirrar com os Arcade Fire de Funeral. Muito folk, muitos instrumentos, arranjos demasiadamente feéricos. Em Neon Bible é a simplicidade que impera, desaparecem os ornamentos supérfluos e transparece a verdadeira virtude da mega-banda. Foi este álbum que me tornou num fã incondicional da banda de Montreal.
Uma canção: “All My Friends” – LCD Soundsystem
Pela combinação magnífica de intensidade emocional com a irreverência rock do tema e da sobreposição perfeita do piano com a guitarra, assentes numa linha de baixo contagiante. Este tema merece em absoluto o galardão de melhor música dos últimos 20 anos.
Um artigo: Primal Scream- Screamadelica
Texto do Carlos Lopes, um dos colaboradores que mais gosto de ler teve a coragem e a verticalidade argumentativa de fazer a crítica deste disco museu. Exímias palavras para um disco que merece o melhor. 10/10
Um concerto: Connan Mockasin || Milhões de Festa (2012)
Pela exclusividade do evento e reduzida dimensão, tive o privilégio de ver de muito perto Connan Mockasin pela primeira vez que veio a Portugal. O concerto aconteceu no palco principal do Festival em Barcelos, para uma a duas centenas de espectadores completamente enfeitiçados pelo psicodelismo barroco do neozelandês dos sapatos feitos à mão. Tocou o seu primeiro álbum Forever Dolphin Love na íntegra, num concerto de uma beleza inusitada numa noite de sagrada comunhão. Um milagre que nos acontece talvez uma vez na vida. E eu estive lá.
Uma banda / artista: Wolf Parade
Curiosamente conheci esta banda canadiana em 2005. A par de outros fenómenos que marcaram esta era de profícua efervescência musical, como os Interpol, os Bloc Party ou os Arcade Fire, apenas para citar alguns, os Wolf Parade ficaram-me no ouvido pela sua extravagante singularidade. Ainda que não se tenham transformado num fenómeno à escala mundial, mesmo assim foram uma banda que marcou profundamente a música que me acompanhou milénio adentro. Referência incontornável das descobertas da era moderna pós-punk.