Numa bela combinação de bandas, antevia-se um belo serão ao som de Travo e Maquina. Acabou por ser uma noite memorável!
No passado dia 2 de novembro deu-se início a mais uma edição do Misty Fest, festival que chega este ano à 16ª edição. E nada melhor que a sala dois da Casa da Música, e duas das mais entusiasmantes bandas nacionais, para dar início à vasta e eclética paleta de concertos que compõem o cartaz deste certame.
A abrir a noite e o festival, um projeto explosivo oriundo de Braga de seu nome Travo, que conta com pouco menos de uma década de existência e três álbuns na carteira. O último álbum, Astromorph God editado em 2023, projetou com maior intensidade o psicadelismo que os carateriza e ajudou a abraçarem uma aventura além-fronteiras. Nessa noite, perante uma sala cheia da Casa da Música, partilharam o poder de cada riff, a intensidade de cada melodia e o obscuro dos sons extrassensoriais que criam, deixando em cada um de nós um pedaço da magia psicadélica. EM cada tema que tocaram, existem camadas sobre camadas, de todas as cores imagináveis, que viajam por entre o público em círculos de luz que vibram a cada batida. Os Travo deram o mote para uma noite inesquecível na Casa da Música.
A segunda parte desta noite fresca de outono, ficou a cargo de uma das bandas que mais me tem entusiasmado nos últimos ano, não há qualquer dúvida nisso. Muitas vezes dou por mim a tentar perceber porque é que determinada banda tem tanto impacto em mim, o porquê de determinado projeto conseguir despertar tamanha curiosidade e, consequentemente, desejo em ouvi-los. Nunca consegui chegar a uma conclusão satisfatória, mas os Maquina. fazem-me questionar sempre isso, porque é daquelas bandas que provoca entusiasmo, empatia, curiosidade, dependência, alegria e loucura até ao limite sensorial. Nessa noite houve tempo para todas essas sensações, provocadas pelas melodias do baixo que nos inebriaram, o caos e poder da guitarra que nos fez enlouquecer e o ritmo da bateria que nos levou a dançar, tudo unido com o propósito de nos abraçar com muito amor. Já o havia dito numa outra altura, mas como fotógrafo é cada vez mais difícil conseguir fotos focadas e nítidas já que é (quase) impossível manter o corpo parado num concerto dos Maquina. Este foi mais um de grau de dificuldade (extremamente) difícil de fotografar e ainda bem!
Há alturas em que gostava de ter o dom da escrita, para conseguir traduzir em palavras as emoções que sentimos em momentos como os que vivemos nessa noite, momentos de caos que expulsam do nosso corpo tudo o que de supérfluo existe e nos deixam apenas a leveza de viver plenamente a nossa existência. Que estes momentos se repitam eternamente.
Fotografias: Jorge Resende
























