A história da Lovers & Lollypops tem deixado marcas intensas e profundas na música independente em Portugal e todos nós já ouvimos alguma banda ou artista que nasceu na L&L. A história tem sido bonita e já estamos entusiasmados pelos próximos vinte Lovers! Parabéns Lovers!
Há uns vinte anos, numa fase em que era moda ter um blog, fui na corrente e gatafunhava frases sobre música. Isso fez-me esbarrar com a Lovers & Lollypops, que estava a aprender a caminhar e, que ainda assim, já ia deixando pegadas confiantes. Volvidos todos estes anos, o meu blog pessoal perdeu-se no infindável mundo em rede, mas a Lovers não só aprendeu a caminhar, como também a correr e a saltar.
Não é todos os dias que se sai à uma da tarde de casa, rumo a uma piscina, para ir ver um evento de rock. É por isso que a Lovers é tão especial, porque o rock é quando e onde a Lovers quiser! Ora, para celebrar esta data tão redonda, nada melhor que o fazer num dos locais icónicos e eternamente ligados à editora, as Piscinas Municipais de Barcelos, lugar onde aconteceu algumas das melhores edições do Milhões. Assim que entro no recinto, o sol abrasador de Barcelos engole-me e recorda-me que ainda estamos no verão e que ter colocado protetor solar teria sido uma ótima ideia. Mas estamos numa festa da Lovers, onde todos somos conhecidos, amigos ou, se não somos, passamos a ser. Prova disso, uma alma desconhecida, caridosa e preocupada com o meu bem estar ofereceu-me protetor e safou-me de um belo escaldão (obrigado Margarida!). Histórias assim, só acontecem no universo Lovers.
Enquanto o recinto se vai compondo de gente bem disposta, o som que nos conforta está a cargo da DJ Luísa Cativo, uma bela banda sonora que deu brilho às conversas que iam acontecendo por ali, enquanto outros se punham confortáveis e prontos para um mergulho.
A primeira atuação no palco situado em frente à piscina principal, foi protagonizada pelo projeto Cremalheira do Apocalipse. A julgar pelo nome, só podemos esperar coisas boas, esperanças essas que não caem em saco roto. Este projeto, de índole social, junta várias pessoas a quem o Centro Social de Soutelo, em Rio Tinto, dá resposta social e que se juntam para criar música, com instrumentos menos convencionais, construídos pelos próprios elementos do grupo. O concerto que nos ofereceram, foi incrível, divertido e que prendeu a atenção de todos.
Seguiu-me um momento mais intimista, no palco-tapete espraiado na relva, onde a flauta de Violeta Azevedo encantou e as sonoridades improvisadas de Ariyouok no levaram a viajar pelo rio Cávado, que está ali mesmo ao lado. Momento de improvisação, introspecção e divagação.
Deixem-me perguntar-vos: já viram um concerto de Hetta a meio da tarde, com o sol derreter-vos a pele, junto a uma piscina e onde o crowdsurfing é substituído por uns belos mergulhos? Eu já e recomendo! Uma experiência diferente, que manteve a sua linha demolidora, a explosão sónica deste quarteto lisboeta provocou vários maremotos nas águas tranquilas da piscina.
Os senhores que se seguiram, o duo lisboeta Lobster, nome que tem uma história interligada com a da L&L, quiseram manter a onda sónica e foram debitando as suas músicas que são verdadeiras explosões sonoras e ritmos alucinantes. Eles estão aí e em excelente forma!
A fechar as atuações, tivemos La Família Gitana, projeto que recentemente se juntou à família L&L e trouxeram a cor, paixão e ritmo da música cigana a este tarde de festa!
Houve tempo ainda para se contar os parabéns, apagar as velas, comer bolo e dar o boa nova que passa por atividades semanais no novíssimo espaço físico da Lovers & Lollypops, situado no número 143-A da rua de S. Vitor, na cidade invicta.










































