Vaga de brisas áridas e quentes com epicentro na Casa da Música fizeram-se sentir na noite fria nortenha, suspeitando-se que os Calexico sejam, alegadamente, os responsáveis por este fenómeno incrível!
Já todos sentimos aquelas noites em que saímos à rua e, do nada, sentimos uma corrente de ar quente que vem sabe-se lá de onde. Assistir a um concerto dos Calexico é exatamente o mesmo, do nada, sentimo-nos em pelo deserto do sudoeste americano, naquelas paisagens sem fim e onde a areia vagueia pelo ar. Aqueles sons cinematográficos e misteriosos encantam e levam-nos a viajar por esse mundo fora. A noite de quatro de fevereiro de 2025, foi mais uma dessas noites frias e quentes ao mesmo tempo.
Os Calexico, que regressaram a Portugal para um único concerto, na Casa da Música, no Porto, apresentaram-se em formato trio: os dois membros fundadores, Joey Burns, na guitarra e voz, e John Covertino, na bateria, aos quais se juntou Martin Wenk, trompetista colaborador de longa data da banda americana. Aproveitaram a ocasião para divulgar o mais recente trabalho da banda, o álbum El Mirador editado em 2022 e espalhar um pouco de calor pela cidade invicta.
Desde as primeiras notas que se sentiu uma fusão automática entre banda e público, fãs fiéis e de idade maturada. A interatividade entre ambos foi intensa e constante ao longo de toda a atuação, onde várias vezes se ouvia o público a cantar os temas da banda, desde as músicas mais antigas, músicas que dominaram a setlist do concerto, como “Epic”, “Fortune Teller” ou “Gypsy’s Curse”, até às que figuram no último longa-duração da banda.
Uma atuação incrível onde o lado camaleónico dos Calexico exibiu vários tons, vários sons, várias atmosferas sonoras ao longo da noite. São mestres da arte musical e só podemos agradecer por partilharem connosco esse enorme dom!












