Os Bastardos do Espírito Santo desceram as escadas do Vortex para elevar o espírito e celebrar a tríade sagrada: camaradagem, cerveja e Punk Rock!
Não sei se é amor, se é vício! Acho que é amor … porque cada vez que falho um concerto no Vortex, é no coração que dói! No sábado passado simplesmente não era possível ficar para as duas bandas (compromissos assumidos e publicados neste site) … mas tive de lá ir, até porque há algum tempo que andava com vontade de ver os Bastardos do Espírito Santo.
Valeu bem a pena o esforço, e não só para aliviar o coração! Aliviei também os ouvidos e a alma (revolucionária)! Seguindo o fabuloso legado dos magníficos Censurados, o quarteto lisboeta mescla o Punk Rock com o Hardcore e junta-lhes uns pozinhos de Rock n’ Roll da mais fina qualidade – A “Estrada de fogo” é brilhante!
Estes bastardos têm ar e som de quem ensaia muito e se diverte ainda mais a ensaiar, as malhas parecem sair com a naturalidade e a frescura de quem bebe uma cerveja fresca numa tarde de verão. Lançado na celebração dos 50 anos do 25 de abril, Manifesto do Partido Con$umi$ta, é uma coleção de faixas que celebram o espírito punk e que, precisamente por essa razão, contestam (quase) todos os podres da “Sociedade de consumo imediato” (como cantam os Táxi)!
Não serão todos, porque eles são tantos, mas estes quatro não se deixaram ficar pelas temáticas “chapa punk” dos anos 90. Aliás, o concerto arranca com um tema bem premente e atual – sublinhado pela bandeira palestina pendurada ao fundo do palco! A “Sionistas = Nazis”, segue-se o hino “Acordes de Guerra” que, tal como “Matar ou Morrer” (lá mais para adiante no alinhamento) não fazem parte do primeiro disco da banda, o que faz adivinhar ou, pelo menos imaginar, que vem para aí uma segunda rodela em breve!
“História Triste” dos míticos (e bascos) Eskorbuto, valeu uma discussão animada sobre qual seria a melhor banda punk de nuestros hermanos (no sentido lato, claro) e uma reação do público ainda mais ardente … dançando e cantando a plenos pulmões! Punk Rock muito bem tocado, cheio de ganas e coros afinados … conseguem pensar num melhor fim de tarde de sábado? Eu não!
Texto e Fotografias: Rui Gato













