Day of the Dead é um colosso. 59 músicas, mais de cinco horas de música distribuídas por cinco CDs, um luxo. De facto, não seria fácil encontrar uma forma mais apropriada de homenagear uma banda como os Grateful Dead, que durante cinco décadas simbolizaram na perfeição o mito hippie, a liberdade do rock n’ roll e a estrada aberta em busca de mais um concerto de um grupo mítico.
A banda, nascida em pleno caldeirão de revolução cultural de 1965, editou vários discos clássicos nos anos seguintes, mas foi sobretudo a sua presença ao vivo que os tornou uma das instituições mais respeitadas do panorama musical norte-americano do século XX. A despedida oficial é muito recente, mas a morte de Jerry Garcia, em 1995, terá sido o fim não oficial.
Este projecto nasce das mãos de Aaron e Bryce Dessner, irmãos que são membros nucleares dos The National. Coube a estes a direcção musical do projecto, a escolha dos artistas envolvidos, enfim, a gestão deste monumental tributo aos Grateful Dead, cujos lucros revertem para a luta contra a sida (este é também o 20º disco da série Red Hot, que tantas coisas boas já deu ao mundo da música).
O que dizer deste suculento manjar? É difícil descrever e analisar, tamanha a imensidão de material que temos à nossa disposição. Os manos Dessner escolheram os seus artistas preferidos, e estes escolheram os temas a interpretar. E, se a carreira dos Dead já foi expansiva – com o seu rock psicadélico e tocar inúmeros terrenos, desde o jazz ao rock espacial – tal só pode ser potenciado aqui, com dezenas de artistas a emprestarem o seu cunho próprio a temas muito díspares.
Precisaríamos de mais um meses de audições intensas para apreender a fundo esta obra. Temos artistas como The National (em dose tripla), temos Unknown Mortal Orchestra, temos Real Estate, temos Bonnie Prince Billy, temos Charles Bradley, temos Angel Olsen, temos Wilco, temos War on Drugs, temos Courtney Barnett, temos Kurt Vile, temos o sempre superlativo Bill Callahan. Enfim, temos boa parte da fina flor da música independente mais interessante que se faz nos dias dias de hoje.
Day of the Dead é esse manjar, um mundo colorido, exploratório, diverso e expansionista, como sempre foi a música dos Grateful Dead. É, provavelmente, o lançamento musical do ano. E mais, se estiver a pensar em comprar um só disco este ano, este é claramente o caminho a seguir, tamanha é a diversidade e a profundidade dos temas que temos aqui.
Long live The Dead.
Encontrei esta pagina por casualidade, mas o titulo “DAY OF THE DEAD”, despertou a curiosidade. Desculpa, tenho que ser sincero. Para quem seguia o “GRATEFUL DEAD”, ainda tu nao tinhas nascido, custa-me bastante a ENGOLIR, esta musica, cantada por outros. Alem disso, nao sei se teria a forca, para adquirir estes CDs. Enfim, quem sabe, teria que ouvir esta musica mais vezes, para me convencerem. E que ha algumas cancoes que escapam. Sera necessario um MILAGRE??????????