Segundo algumas leituras, existem vários empregos à palavra Contra. O nosso português Contra é uma delas. Mas há mais. Na Malásia ou Singapura o acto de Contra em termos económicos é pagar ou vender algo sem que haja dinheiro envolvido nisso. Gosto. Os Vampire Weekend. pelos vistos, também, ao terem disponibilizado o seu novo disco para audição gratuita no seu respectivo myspace. Outra leitura surge com a pouco conhecida Contra Dance. Dizem os entendidos que no final do século XVII as danças britânicas misturaram-se com as francesas no novo mundo da América do Norte, criando um estilo mais desorganizado e acessível a todos, porque não havia pares definidos. Era uma mistura de várias danças e ritmos. Está desvendado, então, o segredo por trás de Contra, segundo disco de originais da banda nova-iorquina Vampire Weekend.
Contra, um dos discos mais aguardados deste ano, é-o por várias razões. 1) Os Vampire Weekend foram uma das melhores surpresas da década que passou (supostamente, ela só acaba este ano, mas adiante). 2) Com o anúncio, meses antes, de um novo disco na forja, os fãs, os simpatizantes e os detractores ficaram com água na boca para saber o que daí adviria. 3) O primeiro single “Horchata”, apesar de não ser mau, desiludiu por ser demasiado banal. 4) “Cousins”, segundo tomo, pôs tanta a gente a mexer-se e com água na boca para Contra. Será que esta estratégia de ir lançando biscoitinhos ao público, de tempo a tempo, resulta? Confesso que lançar singles muito antes do disco em si pode causar algum cansaço que se reflecte aquando da audição do mesmo.
Há vários testes na vida de uma banda e, como para tudo, está tudo escrito. O primeiro disco é aquele que, à partida, ou mata ou morre. O segundo costuma ser para manter a onda do primeiro sem levantar grandes ondas para não perder o gás do primeiro, mas, geralmente, sem nunca chegar ao nível do anterior, enquanto o terceiro define a banda em questão. Contra vai um pouco na linha deste raciocínio. Apresenta muito boas músicas como a muito Simoniana “White Skies” e “Holiday”, esta muito na onda do primeiro disco. “California English” tem um ritmo muito caribenho mas o tratamento da voz é um pouco irritante, enquanto “Taxi Cab” revela uma melancolia algo inusitada na banda de Brooklyn. Em “Run”, os Vampire Weekend empregam verdadeiro significado aos sintetizadores. No entanto, a grande pérola deste disco está mesmo em “Cousins”. Pena que o resto não esteja neste nível. Os anos 80 muito nova-iorquinos de batidas de rua estão claramente presentes em “Giving Up the Gun” e “Diplomat’s Son”. O disco fecha com “I Think Ur A Contra”, com sintetizadores a lembrar o início de “Baba O’Riley”, dos The Who. Uma música muito simples, leve e graciosa. Um dos pontos altos do disco.
Não sendo uma desilusão, Contra não é brilhante. “A-Punk”, “Mansard Roof”, “M79? e “Walcott” seriam muito difíceis de bater ou sequer igualar. Contra é um bom segundo disco. Só Isso…
eu tenho 5 palavras: mau mau mau mau merda
3 palavras para este disco: mau, mau, mau. lamento.
Acho que a crítica é justa. Só discordo em relacao a ter sido um erro o single “horchata” sair como primeiro single. Percebo perfeitamente o que e que eles fizeram, a musica cheira a natal e foi lancado antes do mesmo para passar na radio e ser divulgado nessa altura. Puro marketing “Happy christmas! ” :D