Tom Zé foi uma espécie de cometa na MPB do período tropicalista. Apareceu meteoricamente com Caetano e Gil, e depois de um punhado de grandes discos, perdeu-se nos ares do tempo e da história da música brasileira. As peripécias do seu ressurgimento são bastante conhecidas, pelo que trazer essa narrativa para este texto, não é a minha principal preocupação. Desde que foi arrancado do esquecimento no início dos anos 90 por David Byrne e pela Luaka Bop, Tom Zé tem voltado a estar bastante ativo, e ainda bem, uma vez que 2 dos 5 discos deste terceiro Uma Mão Cheia são os mais recentes da sua discografia. Incapaz de fazer uma “música direita”, como tantas vezes gosta de afirmar, o artista nascido na cidade de Irará, em pleno sertão baiano, sempre foi um caso à parte no panorama musical do nosso país irmão. Alternativo, como todos os tropicalistas também foram, e antes dessa expressão se tornar rótulo para tanta coisa produzida nas últimas décadas, a verdade é que Tom Zé não é facilmente rotulável. O único rótulo que lhe cabe é o do seu próprio nome. Tom Zé é Tom Zé e não haverá definição que melhor o retrate, tanto no que ao homem diz respeito, como à música que o homem fez e faz. Depois de vencer o IV Festival de Música Popular Brasileira da TV Record (1968) com a canção “São Paulo, Meu Amor”, junta-se a Caetano e Gil, passando a fazer parte importante da importante Tropicália. No entanto, essa comunhão não durou o tempo esperado, e o músico foi-se afastando dos outros dois baianos e perdeu claramente influência na MPB desse já longínquo tempo. Mas tudo isso é história simples e fácil de encontrar em livros e nas wikis desta vida. Vamos ao que importa, que é a música, e em particular os 5 discos escolhidos por mim como aqueles que melhor revelam o génio particular deste artista tão único, quanto idiossincrático.
Todos Os Olhos (1973): A inventividade de Tom Zé é um valor tão importante na sua música, que sem ela não haveria Tom Zé, e a sua carreira seria apenas mais uma carreira ao lado de tantas e tantas que o Brasil foi sempre sabendo produzir. Essa mesma inventividade morou nele desde os seus primeiros dias de artista, mas foi com este disco que começou a tornar-se verdadeira imagem de marca. Os seus versos inusitados e algo perturbantes, bem como a abordagem que fez a temas históricos do cancioneiro brasileiro, começam a ganhar rédea solta em Todos Os Olhos. O primeiro verso que se ouve na canção que abre o disco é o seguinte: “Todo compositor brasileiro é um complexado”. Querem melhor statement? Na canção seguinte, no clássico “A Noite do Meu Bem”, de Dolores Duran (1959), Tom Zé brinda-nos com uma versão despida de arranjos supérfluos, salientando a palavra e o ambiente que a palavra (mais dita que cantada) encerra. O disco tem enormes momentos, como a canção-título “Todos Os Olhos”, a delicada “Brigitte Bardot” (uma delícia, doce como um pacote inteiro de pastéis da mais doce doçaria, mas sofrida e triste, ao mesmo tempo), evocando a passagem do tempo no corpo da mítica atriz, num tranquilo registo sincopado, bossanovista até à medula. Os versos “A Brigitte Bardot está ficando velha. / Envelheceu antes dos nossos sonhos. / Coitada da Brigitte Bardot, que era uma moça bonita. / (…) / A Brigitte Bardot está se desmanchando / E os nossos sonhos querem pedir divórcio.” são míticos, e a canção que esses mesmos versos servem é das mais bonitas canções do artista. Outra das grandes faixas do disco é o samba “Augusta, Angélica e Consolação”, que virou hit entre os fãs do músico. Mas há ainda “O Riso E A Faca”, estupenda na atmosfera que consegue criar desde os primeiros acordes. A simplicidade e a inventividade (a que já me referi anteriormente), talvez ganhem aqui o equilíbrio perfeito. É uma canção intemporal, que preenche “O espaço entre a dor e o consolo / A briga entre a luz e o espelho”, que me parecem ser ideias importantes neste disco que, lembrem-se bem disto, começa com o verso “Todo compositor brasileiro é um complexado” da canção “Complexo de Édipo”, e com ela termina. Como se tudo isto não fosse suficiente para podermos amar este disco até à sua última estria sonora, há ainda a capa, icónica como poucas na história da música brasileira. A tal capa da tal imagem do olho que pode não ser olho (aquele olho que vê, entenda-se, e não o outro) de uma namorada de Tom Zé daquele tempo…
* se gostar deste disco, então ouça também Se O Caso É Chorar (1972)
Estudando O Samba (1975): Este é um disco de múltiplas importâncias, tanto na carreira, como na vida de Tom Zé. É, como muitos afirmam, a sua maior obra, e só isso faz de Estudando O Samba um álbum histórico. Mas, no entanto, é também o trabalho que, anos mais tarde, trouxe de novo Tom Zé para a ribalta, tanto no Brasil como no mundo. A tal história do ressurgimento do artista, depois de anos e anos de esquecimento, aconteceu por causa deste trabalho. Ele é, supostamente, um disco de sambas, mas como é, acima de tudo, um disco de Tom Zé, não se julgue que nele vamos encontrar canções / sambas tradicionais, ou temas próximos dessa ideia rítmica. O samba desconstruído, invertido, virado do avesso, o samba experimental, esse sim, esse é o jeito de Tom Zé nos mostrar a viagem que resolveu fazer ao redor daquela que é uma das mais tradicionais canções brasileiras. O resultado desse trabalho “lírico-irônico” (como a ele se referiu Zé Miguel Wisnik, músico, compositor e ensaísta brasileiro de grande renome) é enorme, poderoso, inusitado, transcendente. Não tem, na verdade, par na sua obra. O pique de forma de Tom Zé reflete-se em cada uma das suas 12 canções. É inacreditável a maneira como neste Estudando O Samba se conjugam tantas coisas boas: melodias, arranjos, letras de canções, poemas concretistas e génio no seu estado mais olímpico. Começa com o dissonante “Mã”, e entra, de seguida e sem receios, numa versão de “A Felicidade” (sim, essa mesmo, a de Jobim e Vinícius de Moraes) muito especial, quase brincando de João Gilberto na forma de cantar, e com o maestro tropicalista Rogério Duprat, num breve interlúdio orquestral, que pontua a canção, logo no seu início. É um tratado de simplicidade, minimalismo e extremo bom gosto. Depois vem “Toc”, e o contraste não poderia ser maior: sons, fragmentos de sons, gritos e outras estranhezas várias, vozes que dizem coisas ininteligíveis, e é assim o tema, marcado desde o início até ao fim por um pulsante cavaquinho e por um violão que espevitam o tempo e o ritmo, e que vão dando uma certa ordem na aparente desordem harmoniosa que se ouve. Que maravilha! Depois surge “Vai (Menina Amanhã de Manhã)”, outro clássico absoluto. O mesmo acontece com “Ui! (Você Inventa)”, onde o lado lírico-marginal de Tom Zé volta a mostrar-se, não só na melodia basilar da canção, mas sobretudo na inventiva letra cantada: “Você inventa o luxo / Eu invento o lixo / Você inventa o amor / Eu invento a solidão”. Mais uma pérola, antes de outras mais: “Doi”, “Mãe Solteira”, “Hein?” ou ainda “Só (Solidão)”, canção maior, mais do que as outras, perfeita, autêntico hino “torto”, como poderia ter dito sobre ela o poeta Carlos Drummond de Andrade. “Se” e “Índice” terminam Estudando O Samba, disco que sempre quis que nunca acabasse. Para terminar, volto um pouco atrás, à ainda não referida (propositadamente) canção intitulada “Tô”, a quarta composição do disco. É que nela se dizem coisas que são fundamentais para percebermos o conceito deste trabalho, deste estudo sobre o samba. Leiamos alguns dos seus versos, e tudo ficará explicado: “Eu tô te explicando / Prá te confundir / Tô te confundindo / Prá te esclarecer / Tô iluminando / Prá poder cegar / Tô ficando cego / Prá poder guiar”. E é tudo.
* se gosta deste disco, então ouça também The Hips Of Tradition (1992)
Correio Da Estação Do Brás (1978): Adoro este disco. Sim, é verdade que é bem menos inventivo do que o anterior, mas o conjunto de canções que o álbum nos oferece faz dele um espaço idílico para os meus ouvidos há mais de 30 anos. A maravilhosa “Menina Jesus”, que abre o disco, ainda hoje me comove, de tão bela, de tão dolente, de tão ondulante e trágica. Depois chega “Morena”, canção certeira, prazerosa, em que é impossível não cantar os versos (como canto tantas vezes, em silêncio, só para mim) “Morena, minha morena / Tira a roupa da janela / Vendo a roupa sem a dona / Eu penso na dona sem ela”, letra de domínio público, musicada genialmente por Tom Zé. “Correio da Estação do Brás”, a canção, é outra obra-prima, como também é “Carta”, uma das minhas preferidas, talvez por me fazer lembrar, lá pelo meio da canção, o tema “Triste Bahia”, do disco Transa (1972), de Caetano Veloso. O mesmo acontece na faixa “Lavagem da Igreja de Irará”, sobretudo quando Tom Zé canta os versos (“Pé dentro, pé fora / Quem tiver pé pequeno / Vai embora”) que Caetano também canta na citada canção do seu célebre disco do início dos anos 70. “A Volta da Xanduzinha” é outro belíssimo momento, canção intrinsecamente nordestina, como é, aliás, quase todo o álbum. Mas as misturas que aqui se ouvem, as deambulações por outros ares, outros universos, servem ainda como orientação musical deste Tom eternamente tropicalista. Assim, sem estarmos à espera, surge “Amor de Estrada”, que soa a fado, a tango, a valsa, a bolero, a balada nordestina, tudo isto num único tema! É de homem! Acho que só mesmo Os Mutantes se atreveriam a tanto. Ou talvez nem eles…
Ao que parece, o disco terá uma explicação mais ou menos lógica. Vivendo, na época, na grande São Paulo, mais propriamente no Brás, bairro da cidade mais populosa de todo o continente americano e de todo o hemisfério sul, Tom Zé terá pretendido realçar o facto de ele (o bairro Brás) ser um pequeno ponto de confluência baiana e nordestina, o que parecerá irónico, num universo geograficamente tão grande, tão populoso e tão aberto ao mundo. As suas profundas raízes interioranas puderam, assim, germinar em território urbano de cimento e vidro, e deram frutos belos e bons, irresistíveis ao paladar sonoro de quem os quiser ouvir. Há muito que me viciei nesse som, e o disco rivaliza (em mim) com Estudando O Samba, embora consiga perfeitamente aceitar como seguro o facto de, numa eventual disputa interna, fazer triunfar o álbum de 1975.
* se gosta deste disco, então ouça também Nave Maria (1984)
Tropicália Lixo Lógico (2012): Muitos e muitos anos passaram até Tom Zé regressar à forma plena a que nos habituou na década de 70 do século XX. Também é verdade que, durante longo tempo, o artista soube produzir obras de interesse. No entanto, aquilo que sempre senti em relação a alguns trabalhos anteriores a este Tropicália Lixo Lógico (como são os casos de Jogos De Armar (Faça Você Mesmo), Estudando O Pagode e Estudando A Bossa, todos eles surgidos na primeira década deste século) é que Tom Zé não conseguiu, em nenhum deles, revelar e conciliar a sua veia experimentalista com a sua artéria lírica da melhor maneira possível. Embora me custe dizer, tal o gosto que tenho pelo artista, a sua opereta de 2005 (Estudando O Pagode), é um quase desastre total, de tão infecundo e forçado manifesto. Só mesmo em 2012, ao resolver criar mais um novo álbum conceptual, e ao voltar aos bons e profícuos tempos do Tropicalismo, é que Tom Zé volta a erguer-se magnanimamente. No disco em questão, o músico tenta explicar a origem desse triunfal e triunfante (até hoje) movimento vanguardista, teorizando sobre filosofia, história, e até mesmo sobre neurologia, misturando tudo (mais uma vez) para nos oferecer a sua visão lúcida, complexa, estranha, absurda e fascinante da explosão artística de que foi parte integrante, tendo continuado a ser peça importante desse conceito, mesmo quando os seus fundadores maiores (Caetano e Gil) começaram a trilhar caminhos mais seguros, e já não tão experimentais. O “lixo lógico”, na explicação de Tom Zé, que aquela parelha baiana trouxe para a música (ou seja, a influência da cultura e dos sons nordestinos, entre tantas outras coisas) veio abanar o Brasil, uma vez que a cultura aristotélica do pensamento ocidental, tão enraizada nos brasileiros, acabou por fundir-se com o que estava reprimido no hipotálamo artístico de cada um. Se esta breve explicação parece ser complexa, ela não deixa de ser interessante quando melhor explicada e detalhada pelo próprio criador da teoria. No entanto, ouvir o disco é ainda mais prazeroso do que a conversa trazida a lume por Tom Zé, para que todos entendessem o que ele tinha para dizer ao mundo na virada da primeira década deste nosso tempo. Assim, o que ouvimos neste Tropicália Lixo Lógico mais não é do que dodecafonismo, carimbó, rock, samba, baião, bossa, abstrações vocais, instrumentais, e ainda outros sons salgados, doces mais ou menos bárbaros (sim, a brincadeira com as palavras “doces” e “bárbaros” é claramente propositada, e será facilmente descodificada pelos mais atentos à história dos tropicalistas Caetano, Gil, Bethânia e Gal). O produto final, acreditem, é maravilhosamente saboroso, um autêntico e irresistível pitéu sonoro que conta com muitas participações importantes (Mallu Magalhães, Emicida, Rodrigo Amarante, entre outros) no alinhamento do álbum. Como se tudo isto não bastasse, Tropicália Lixo Lógico é também um disco messiânico, uma vez que profetiza uma “segunda vinda” de qualquer coisa boa, na canção “Apocalipsom B (O Começo No Palco Do Fim)”, embora não se determinem os seus protagonistas.
* se gosta deste disco, então ouça também Vira Lata Na Via Láctea (2014)
Vira Lata Na Via Láctea (2014): Este último trabalho do mestre Tom Zé (ele não gosta da expressão mestre, pois quando se ganha esse estatuto, “acabou”, como afirmou em algumas das entrevistas de apresentação do disco) é mais um caso muito sério da arte de bem fazer música, de misturar atuais temas fraturantes com lembranças do passado, juntando ainda ideias sobre juventude, sexo, ódio, política, religião e Papa Francisco. Como quase sempre acontece com os discos do baiano, Vira Lata Na Via Láctea (que já foi sujeito a um texto de apresentação crítica neste mesmo site) desenvolve uma ideia central, embora bem menos nítida neste caso, quando comparado ao anterior Tropicália Lixo Lógico. O sexo domina, logo de início, na canção “Geração Y (GY)”, e é nos primeiros segundos do álbum que Tom Zé canta “Aí ai / Meu bem / Tire a calcinha / Aí ai / Galope meu laptop” e por aí fora. Na crítica que vai fazendo a essa geração nova (que curiosamente é quem mais atende aos seus shows) repleta de iPods, iPads, laptops, smartphones, e que parece nada mais saber fazer do que ter na ponta dos seus dedos a porta de entrada de um novo mundo onde, de facto, ninguém de carne e osso habita, Tom Zé inicia uma desbunda de 14 faixas maravilhosas, plenas de inventividade (mais uma vez), envoltas em modernidade, e muito seguras do que são e do que representam. O tempo e a noção dessa “medida arbitrária da duração das coisas” (consultei um dicionário online para retirar esta definição, ao invés de um qualquer dicionário físico, por me parecer mais de acordo com o espírito do texto da canção inicial do disco) afigura-se dominante em algumas das composições do álbum, e é veículo de viagem ao passado e ao futuro, tendo Tom Zé, no entanto, os olhos bem atentos e abertos aos dias que correm. As suas décadas de existência artística, em que transitou de algum estrelato para um total anonimato, deram a Tom Zé uma sabedoria especial. Cultuado atualmente por grandes figuras da música mundial e também do seu próprio Brasil, o mais ilustre cidadão de Irará parece um jovem, tão jovem que se envolve com muitos dos novos artistas da MPB do século XXI, e com eles dialoga sem tabus e sem fronteiras de qualquer espécie. São muitos, e muito bons. A saber: Criolo, Filarmônica de Pasárgada, Kiko Dinucci, Tatá Aeroplano, O Terno, Rodrigo Campos, Silva e Trupe Chá de Bolbo. No entanto, porque a sua viagem sonora nunca se baliza no tempo que comporta, Tom Zé ainda trouxe para este Vira Lata Na Via Láctea dois amigos de longa data: Caetano Veloso e Milton Nascimento. A importância histórica, atrevo-me a interpretá-la assim, da aproximação ao parceiro tropicalista com quem andou algo desavindo, é a cereja no cimo do bolo. Um dos meus sonhos é poder algum dia vir a escutar um álbum com esses dois ilustres génios. Quem sabe se, numa qualquer via láctea futura, esse objeto sonoro possa vir a ganhar corpo e forma.
Este último trabalho de Tom Zé teve um primeiro arranque, digamos assim, com o ep Tribunal do Feicebuqui, feito como resposta ao barulho gerado em torno da participação do músico num anúncio da Coca-Cola, tendo sido acusado nas redes sociais (mas não só) de se ter “vendido ao imperialismo”. Feito o referido ep como reação a esses ataques, Tom Zé alargou o âmbito do discurso e avançou nessa mesma linha crítica, disparando à Lucky Luke, de forma rápida e certeira, sobre todos os alvos ao seu alcance. Quem lucrou com o tiroteio fomos nós, ouvintes de longa data dos seus enérgicos malabarismos sonoros. Assim, registo como exemplos mais significativos do disco as canções “Geração Y (GY)”, “Irará Irá Lá”, “Pour Elis”, “Cabeça de Aluguel”, “Papa Perdoa Tom Zé” e “A Pequena Suburbana”. Mas, na verdade, não há uma única, entre as 14, que falhe o alvo. Que mais se poderá dizer de um disco que roça a perfeição, que se esfrega, se encosta e rebola em nós, na nossa cabeça, e dela não sai de modo algum?
* se gosta deste disco, então ouça também o ep Tribunal do Feicebuqui.
Tom Zé é um dos mais bem guardados segredos (sim, há ainda muita gente que não o conhece, por incrível que pareça) da música popular brasileira. Por essa razão, e fundamentalmente por acreditar que este já longo texto poderá reverter um pouco essa injusta situação, esta mão cheia de Tom Zé que aqui vos deixo deverá ser lida como celebração do espírito engenhoso, irrequieto, mutante e revigorante do autor de Estudando O Samba, para muitos o seu trabalho maior até à data. Eu, para terminar, digo apenas que as escolhas por mim referidas neste texto poderão, sem sombra de dúvida, fazer dos futuros ouvintes desses discos, aquilo que eu sou há mais de 30 anos: um indefectível tomzéniano.