The Dark Side of The Moon é um disco mais agarrado à realidade, curto e objetivo e, porque não, comercial, com letras sobre a crise, a crise de existência, a existência da ganância, e a loucura gananciosa.
À falta de melhor definição, os Pink Floyd são basicamente a maior banda de sempre. Digo-o não com a propriedade de um crítico especializado mas com a fé, que é cega, de um fã absoluto. E para aqueles que denunciem aqui um fundamentalismo religioso, eu respondo-vos que ele é evidente e óbvio mas, ainda assim, legitimado com uma listinha de músicas que aqui deixo. (Não se preocupem, não vos vou tomar muito tempo.) São 10 “(Speak To Me”, “Breathe”, “On The Run”, “Time”, “The Great Gig in The Sky”, “Money”, “Us and Them”, “Any Colour You Like”, “Brain Damage” e “Eclipse”) e estão lá todas no Dark Side of The Moon de março de 1973. De há mais de quarenta anos.
Proponho-vos um exercício: peguem no álbum; oiçam-no de uma ponta à outra; sintam que ele não tem pontas soltas; e repitam a dose. Em consciência, nenhum de vocês dirá que estão a ouvir coisas obsoletas, ninguém o etiquetará com a época x ou y. Porque os Floyd são anacrónicos mas também avançados no tempo: não encaixam em lado nenhum. É isso que os torna especiais.
Até neste álbum, mais agarrado à realidade, curto e objetivo (só duas canções têm mais de sete minutos) e, porque não, comercial, com letras sobre a crise, a crise de existência, a existência da ganância, e a loucura gananciosa, os Pink Floyd cunham um estilo intimista envolvido em momentos épicos extraordinários como o final estrondoso do “Eclipse”.