Apenas um ano após Load, os Metallica voltam a lançar mais material que poderia ter feito parte desse mesmo disco. Se Load já afastou gente, Reload foi o prego final no caixão. Os Metallica já não eram a banda gigante que tinha chegado ao início dos anos 90.
Pouco mais há a acrescentar a Reload do que anteriormente foi dito ao disco que lhe precedeu, lançado apenas um ano antes. Mais uma vez sob a batuta do mago Bob Rock, os Metallica continuam a rejeitar o passado glorioso do metal e thrash metal e entregam-se ao rock clássico e sulista, sem espaço para os solos de guitarra de Kirk Hammett, cada vez menos “especial” na banda. A machadada do som típico seria dada em St. Anger, para desespero dos fãs da banda, tanto os mais acérrimos como os mais casuais.
Reload, tal como o nome indica, é a continuação do som que a banda tinha trazido um ano antes. rock sujo e “macho” mas sem a originalidade que tinha nos anos 80 nem a força pop de Black Album.
Load e Reload, um pouco como Use Your Illusion I e II, são produtos da mesma fornada, e feitos para serem lançados como um disco duplo, no entanto, dado ao não cumprimento do tempo agendado para o lançamento do disco, a banda decidiu editar Load primeiro e voltar ao estúdio para finalizar as músicas que tinham ficado de fora. Tivessem sido todas as músicas finalizadas e postas na mesma bandeja, certamente a banda teria descortinado que, cortando aqui e ali, poderia ter feito um só disco, quase tão forte como o Black Album.
Assim não aconteceu e quem pagou por isso foi a própria banda que viu o seu legado atingido por dois discos muito mais fracos que os seus trabalhos anteriores, sobretudo este Reload.
Se em Load poderíamos retirar mais de um mão de êxitos, em Reload a escolha é menor. “Fuel” a abrir é certamente uma escolha consensual, já “The Memory Remains” não agrada a gregos e troianos mas é, sem dúvida, um belo momento de Hetfield com a senhora do rock, Marianne Faithful. Uma colaboração muito mais feliz do que a com Lou Reed.
O pior estava para vir após as duas músicas iniciais, nada de realmente interessante, incluindo uma sequela de “Unforgiven” que quase nos faz não querer ouvir mais a original. O resto é meio insípido e morno sem nada de relevante.
Reload é a machadada final na tentativa dos Metallica serem a maior banda do mundo. O trono quase lhes pertenceu e esteve ali tão perto das suas mãos, no entanto, esta série de discos medianos e/ou medíocres fez a banda cair na realidade e seguir o seu caminho, sem nunca deixar, felizmente, de dar concertos que fazem inveja a muitos indies.