1969, o luminoso ano de Woodstock, não começou bem para os Doors. Morrison foi acusado de obscenidade num concerto em Miami, um escândalo dos diabos que gerou o cancelamento de concertos, a censura das rádios e o risco de Jim…
Canção do Dia: The Who – My Generation
Nos anos 60 o conflito ideológico era também geracional: a contracultura era jovem e definia-se por oposição ao establishment anacrónico dos mais velhos. Nenhuma outra canção expressou esta generation gap de uma forma tão incisiva: “I hope I die…
“When The Levee Breaks” – Led Zeppelin
Este velho blues de Kansas Joe McCoy, revisitado pelos Led Zeppelin, narra o lamento das gentes que viviam e trabalhavam nas margens do rio Mississipi.
Canção do Dia: Kurt Weill – Alabama Song
Não foi por acaso que os Doors foram revisitar este clássico de Kurt Weill e Bertolt Brecht. Os temas da decadência e do grotesco da ópera original encontraram solo fértil no imaginário obscuro da banda de Jim Morrison.
“Venus in Furs” – The Velvet Underground
Numa época em que os idealistas hippies celebravam o lado solar da vida, os velvet nadavam contra a corrente, descendo ao submundo dos dealers, chulos, junkies e putas.
“Lucifer Sam” – Pink Floyd
Uma espécie de banda sonora de um filme do James Bond mas com muitos ácidos em cima. Curiosidade: Lucifer Sam era o gato de Syd Barrett.
“All Along the Watchtower” – Jimi Hendrix
Um cover que se tornou maior que o original…
Canção do Dia: Janis Joplin – Mercedes-Benz
Três dias antes de morrer, Janis cantou “Mercedes Benz” à capela e ao primeiro take, Talvez por isso a sua voz soe ainda mais frágil e intensa. Dadas as referenciais hippies de Janis, e o seu delicioso riso de bruxinha no final da canção, só…
“Lazy Sunday Afternoon” – The Small Faces
Nesta canção o sotaque é propositadamente cockney, o “dialecto” das zonas working class de Londres. Os Blur roubaram a ideia no brilhante “Parklife”.
Canção do Dia: The Clash – I’m So Bored with the USA
Sempre houve duas tradições no punk: o niilismo orgulhosamente egocêntrico de uns Ramones ou de uns Pistols e o comprometimento político de uns Clash ou de uns Dead Kennedys. Deixamos aqui um exemplar dessa segunda corrente, onde os Clash apontam a mira contra os crimes do império americano.
O Tropicalismo (1967-1968)
O meu gosto musical sempre foi da mais indecorosa promiscuidade: no meu MP3 o Fela Kuti bebe tranquilamente um copo com os Smiths, o Fausto joga matrecos com os De La Soul, e a Billie Holiday vai para a cama…
“Um Tempo Que Passou” – Sérgio Godinho
Em 82 Godinho é detido no Brasil, rescaldo kafkiano de um processo anterior (dos tempos em que integrava o “incómodo” Living Theater). Já em liberdade, Godinho desabafa: “tenho que recuperar o tempo que passou”. Chico Buarque responde-lhe: “Já encontrei o…
Canção do Dia: The Smiths – Big Mouth Strikes Again
Onde acaba o humor e começa o ódio? Podemos proferir qualquer insulto desde que no fim digamos que é a brincar? Morrissey leva ao limite estas questões com as suas palavras ácidas: “I was only joking when I said I’d like…
“God” – John Lennon
Que Lennon diga nesta canção que não acredita em Jesus, em Buda e nos mantras, tudo bem; agora que cante também “I don’t believe in Beatles” é que já me parece uma blasfémia absolutamente inaceitável.
Canção do Dia: The Doors – Moonlight Drive
Venice Beach, Junho de 65. Jim Morrison e Ray Manzarek acabaram de se conhecer. Jim, que não sabe tocar nenhum instrumento, revela-lhe porém que tem um concerto de rock’n roll sempre a tocar na sua cabeça. Canta-lhe “Moonlight Drive”. Tinham…
Canção do Dia: Pearl Jam – Jeremy
No dia 8 de Janeiro de 1991 Jeremy Delle, um miúdo tristonho que nunca abria a boca para nada, abriu-a por fim numa aula de inglês, encostando o cano frio de um revólver contra o céu da boca e apertando o gatilho.…
Canção do Dia: Louis Armstrong – What a Wonderful World
Uma canção alegre e triste. Alegre no seu deslumbramento com a beleza do mundo. Triste porque para quem o canta, um Louis nos últimos anos da sua vida, há já a amargura de uma despedida.
“Serve The Servants” – Nirvana
Para alguém tão frágil como Cobain, o sucesso de Nevermind foi uma maldição: os moralistas indie acusavam-no de se ter vendido e os media sensacionalistas alimentavam-se do seu sangue. Em “Serve the Servants” desabafa:”Teenage angst has paid off well/Now I’m…