Dez músicas apenas foram o suficiente para tornar os Arcade Fire na banda do século XXI. A banda canadiana, formada por vários elementos, destacando-se Win Buttler e sua mulher Régine, trouxe uma empatia com o público que há muito não se via. Os seus concertos são uma epifania, as suas músicas épicas sobre morte, violência, catástrofes e corrupção empregam várias figuras de estilo. Contêm a catárse e o climáx.
Uma mistura entre Bowie, Waters, Springsteen e Dylan aliado a uma visão imensa de uma big band em palco, com todo o tipo de instrumentos e não só, fazem dos Arcade Fire a banda que todos nós queremos que dure porque, se o primeiro disco Funeral foi imenso, a sequela Neon Bible não lhe ficou atrás. Aguardamos, então, ansiosamente o terceiro capítulo desta “bela” história. [FREDERICO BATISTA]
E pronto é este. Não havia muito que pensar, Funeral, é O álbum que marca definitivamente a década, tal como os Arcade Fire são A banda que marca definitivamente a década.
Não tendo sido uma década muito forte em termos de História da Música, a meu ver, muito causado pela constante chegada de coisas novas, a tomada da indústria pela internet, novas formas de ouvir música, há que destacar quem merece. E este é um caso exemplar de quem merece, o grupo canadiano faz música carregada de emoções (não só neste Funeral, mas também no seguinte Neon Bible), dá concertos extasiantes (falhei o histórico em Paredes de Coura, mas não faltei ao do SBSR em 2007), e desaparece das notícias quando não há noticias para fazer. It’s all about the music, e isso nota-se em todos os momentos vividos desta banda.
Funeral em si, é cheio de energia, sentimento, que tanto pode ser servido de uma forma animada, ritmada (em “Neighborhood #2 (Laika)”, “Neighborhood #3 (Power Out)) e noutras mais introspectivas (“In the Backseat”, “Haiti”). E depois há aquelas que não dá para descrever em palavras, como “Rebellion (Lies)” e “Wake Up”, apenas que nos dá vontade de sair a cantá-las em plenos pulmões rua fora. E aquele final do “Un Anée Sans Lumiére”? E a transição da calmia inicial para a insanidade em “Crown of Love”? Não sei, não há mesmo palavras. É ouvir. E degustar. [ALEX PIRES]