Aviso à navegação: no que diz respeito aos The National sou muito pouco objectiva. Desde o Alligator (2005) que me conquistaram e nunca me desiludiram. Tenho todos os discos originais bem arrumadinhos na estante dos CDs e já os vi quatro vezes ao vivo. É a banda sonora para onde, invariavelmente, regresso e cada novo trabalho é aguardado como se fosse abrir presentes na véspera de Natal.
Este Trouble Will Find Me (sai a 21 de Maio mas já é possível ouvir em ‘streaming’) não foi excepção. E é bom. Melhor do que esperava. Pertenço ao grupo que ficou ligeiramente desiludido com High Violet, o disco anterior, e temia que acontecesse o mesmo com o novo álbum. Mas Trouble Will Find Me vai recuperar aquele toque a tender para o épico e para os crescendos de Boxer sem a tristeza e o tom lúgubre de High Violet. É um disco melancólico, claro, como são todos os de The National, que encaixam os ritmos e as letras em canções perfeitas para amores venenosos.
Está lá (quase) tudo: os violinos que se dialogam com o piano, as guitarras, os coros, os crescendo e as letras em canções como “Fireproof” ou “I need my girl”. O “quase” é que não há faixas a puxar pelo lado mais rock como em Alligator. “Sea of Love” apenas se aproxima, sendo mais endiabrada que rock (“if I stay here trouble will find me”). “Humilliation”, apesar da letra, já tem uma sonoridade mais leve e “Pink Rabbits” é quase alegre (na medida que é possível).
Os The National encontraram o seu espaço neste misto melancólico e etéreo e movem-se confortavelmente entre os lamentos de Matt Berninger e os instrumentos que ganham intensidade à medida que a música avança. Não queremos que mudem. Embora faça falta alguma intensidade, ou energia, era precisamente esta melancolia esperançosa, que se esperava. E quando as 13 músicas chegam ao fim, recomeçamos.
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