O segundo álbum a solo da doce Eleanor Friedberger, a metade feminina dos Fiery Furnaces, é uma espécie de eco ao revivalismo dos anos 60 e 70 com toques de modernidade.
Em Personal Record a cantora evoluiu mas manteve o registo de indie rock clássico e com toques pop de bom gosto. O novo trabalho foi escrito em parceria com o cantor e romancista folk John Wesley Harding, o que dá mais profundidade às letras. Conta-se uma história em cada canção.
“I Don’t Want to Bother You”, o primeiro tema do disco, podia ser uma balada retirada do ‘highschool prom’ e “When I New”, o tema que se segue, mantém o mesmo registo, embora mais alegre, com uma guitarra ligeira a marcar o ritmo. E de repente “Stare at the Sun” é alegre, rockeira, ritmada e torna impossível não bater o pé ao ritmo da música. Momento que se repete com a óptima “She’s a Mirror”, dançável, jovial, alegre, onde quase se vê Eleanor a andar pela rua a sorrir e a estalar os dedos ao ritmo da música.
Friedberger vai evoluindo ao longo do disco mas mantém sempre o fio condutor do rock clássico e intemporal. Às vezes mais indie e melancólico, outras vezes a atirar para o pop, como em “My Own World”, o equilíbrio não se perde no meio das divagações salpicadas com a voz característica, a fazer lembrar Patti Smith em alguns momentos.
“You’ll Never Know Me” marca a passagem para um momento mais introspectivo e etéreo do álbum, esquecendo-se um pouco da guitarra mas mantendo a melodia rock/pop. A maior surpresa vem a fechar com “Singing Times”. Melancólico, quase não parece fazer parte do mesmo trabalho. Parece que Friedberger se cansou da festa, chegou a casa, atirou com os sapatos e só quer descansar. Ela própria o diz: “Let’s go my songs/ Let’s all go home”. Vamos, mas esperamos grandes coisas do próximo disco.
este medley está qualquer coisa! gosto muito do disco, mas depois de ouvir este medley não sei se não teria ficado ainda melhor só nesta base acústica! muito forte.