Espera. Sim, vou começar esta critica com um ‘espera’. Algo muito estranho aconteceu quando decidi ouvir Sunbather, mais recente álbum, o segundo, da banda de black-metal Deafheaven.
Bom, ex-black metal, agora podemos definir Deafheaven como post-rock, black-metal, hardcore, pop? Não sei que vos escreva.
O que sei sim é que estranhamente fico com uma intrínseca sensação de que haverá que criar um novo género musical para Deafheaven. Como se existisse um antes e um depois Sunbather.
Sinto que ao ouvir o álbum estou a fazer parte da história. Não consigo admitir que Sunbather é o melhor álbum do ano, talvez até por preconceito, mas que é especial, disso não tenham a menor duvida.
Abrir um álbum com “Dream House” soa quase a provocação. E não se enganem pelo facto de George gritar palavras inaudíveis, a expressão e a força da sua voz trazem letras que todos iremos compreender. E se de facto se derem ao trabalho de lerem as letras, são simplesmente brilhantes.
Por entre 7 temas de autêntica loucura musical, por entre pianos, guitarras, uma bateria contangiante e um assumido desespero, ficar-me-á sempre no ouvido “Vertigo”. Mais que uma música, “Vertigo” é uma viagem, com princípio, meio e fim. Um fim que quando chega cria em mim a mais insana das vontades de clicar no repeat e voltar a dar tudo outra vez.
“Hunched over in apathetic grief with a disregard for steps except the one taken back.”
Imenso.