Nos tempos que correm a grande maioria das bandas dá prioridade a acumular concertos nas costas em detrimento de mais tempo em estúdio a escrever álbuns – afinal de contas, parece que é assim que se faz dinheiro, a tocar ao vivo, já que as vendas de CDs caem ano após ano e todos sabemos como são espremidinhas as margens para as bandas. Pois bem, os Thee Oh Sees são dos que teimam em contrariar a norma – entre 2008 e 2013 lançaram 7 longa duração, 6 EP’s, 11 7 polegadas, mais inúmeras colaborações e participações em compilações que torna praticamente impossível conhecer tudo. Deveras impressionante, e ainda mais após nos apercebemos da qualidade destes registos. Ninguém estranhou portanto quando John Dwyer, cérebro por trás das “operações”, anunciou, no final do ano passado, que precisava de um tempinho para descansar e mudar da sua cidade origem São Francisco para a uns quantos quilómetros abaixo Los Angeles.
Foi sol de pouca dura o tal hiato, já que apenas dois meses depois foi anunciado novo álbum, este Drop que vos trazemos hoje. Lançado em Abril passado, e arrancando com uma pesada herança de seu nome Floatting Coffin, é mais um incrível peça no puzzle que é a carreira desta banda.
O álbum arranca logo com “Penetrating Eye”, que após 30 segundos de uma intro obscura, explode com uma guitarra que mais parece uma sirene e que se mantém ali em fundo durante toda a música, sempre como um incómodo mas que demonstra a loucura fuzz com a qual os Thee Oh Sees primam por nos atacar. De seguida temos “Encrypted Bounce”, para mim a música mais sólida do álbum pela base construída com bateria, permitindo à guitarra ir serpenteando e trocando vezes com a voz. O disco parece que voa, afinal de contas são apenas 9 músicas em 31 minutos e a mescla de garage com psych, com uma pitadas de surf rock (especialmente em “Drop”) agarra-nos até à medula. Num piscar de olhos estamos em “The Lens”, música que fecha com calmia e tranquilidade, como que dizendo estamos cansados, vamos agora dormir ok?
Resumo resumido da cena – álbum forte para aquela cena que se faz no fim do ano de tops e afins. Resta saber se este será o único álbum de 2014 dos Thee Oh Sees…
É bom som, é!