A estreia dos Sundara Karma nos discos cumpre a elevada expectativa que os precedia. Os novos meninos queridos da pop britânica vieram para ficar.
A tradição de a imprensa inglesa apostar na próxima “next big thing” é longa e cheia de sucessos e falhanços. Entre os últimos candidatos estão os Sundara Karma, quatro rapazes de Reading que andam há mais de um ano a lançar EPs e singles feitos de uma excelente pop de guitarras. A expectativa era elevada, e a questão era simples: conseguiria o LP de estreia estar à altura dos temas que íamos conhecendo?
E a resposta, claramente, é sim. O hype afinal tem alguma sustentação.
Youth is Only Ever Fun in Retrospect é o resultado, e a espera valeu a pena. São 12 temas nocturnos, angulosos e enérgicos. Um rock mexido mas assente sempre num dedo para as melodias pop que distinguem estes rapazes de muita outra coisa que anda por aí.
Ouçam-se temas como “A Young Understanding”, “Loveblood” ou “Vivienne”, feitos para incendiar pistas de dança com o bom gosto pelo rock de guitarras. Aliás, aqui não há músicas para encher, como se os Sundara Karma dessem tudo em todos os temas, sempre à procura do single perfeito. Ao contrário de outras grandes esperanças da boa pop britânica, os Hooton Tennis Club – que nos conquistam com a sua música encantadora e o seu charme algo “slacker” – aqui há tensão e nervo, há ambição de compor hinos de uma geração.
Ouvimos em Youth is Only Ever Fun in Retrospect ecos da década anterior, dos melhores tempos dos Killers, dos Bravery ou dos She Wants Revenge, mas há também pozinhos de War on Drugs, por exemplo (em “Olympia”).
Esse é, aliás, o desafio destes garotos, a afirmação de um som que venha a ser só seu. Ficamos à espera dos próximos capítulos. Para já, o futuro parece ser radioso.