O alinhamento foi composto principalmente por antigos clássicos do grupo, com “Introducing the Band” a dar início a um concerto a uma velocidade praticamente constante, com uma ou duas excepções – uma delas sendo uma versão acústica de “She’s in Fashion”. Ao longo de uma hora e vinte minutos, o público no Parc del Fórum pôde ouvir muitas canções dos primeiros álbuns, como “Trash”, “Beautiful Ones”, “We Are The Pigs”, “Still Life”, “Filmstar” – e, aquele que foi um dos pontos altos, “Animal Nitrate”.
Foi esse o caso de Suuns. Com fundações que passam pela interpretação pós-rock de Battles e Health, mas de uma estética mais escura, os canadianos desde cedo dominaram o público do Apolo, ao longo de uma hora de um concerto tardio. Existe um ímpeto quase sexual, mas também desconfortável, na música de Suuns. As guitarras de Joe Yarmush e Ben Shemie são quase sempre cativantes. Contudo, é na dinâmica rítmica que está a base do valor maior de Suuns, quando o baterista Liam O’Neill constrói batidas fortes por cima das sequências em microKorg, que raramente se repetem da mesma forma (as diferenças entre cada frase são mínimas, mas existem), por parte do teclista Max Henry. Este jogo de tensões rítmicas é, ao mesmo tempo, hipnotizante, enquanto que consegue evitar ser quadrado. Depois deste concerto, poderemos ainda estar a falar de Suuns daqui a muitos anos.
Fotos: Dani Canto